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REFORMA POLÍTICA | Deputados divergem sobre reforma política, mas concordam em barrar partidos de esquerda das eleições

Não é de se espantar, apesar da disputa entre as raposas do congresso sobre a reforma política, algo que unifica golpistas e petistas é a cláusula de barreira que atinge diretamente os partidos de esquerda. Toda uma urgência devido ao prazo de 7 de outubro para que as leis já entrem em vigor nas eleições de 2018.

quarta-feira 9 de agosto de 2017 | Edição do dia

A cláusula de barreira, mais uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), aprovada no Senado em 2016 estabelece restrições às legendas que não tiverem pelo menos 3% dos votos válidos nas eleições para a Câmara, distribuídos em pelo menos 14 estados, com um mínimo de 2% dos votos em cada um, a proposta de transição a ser aprovada impõe uma restrição de 1,5% dos votos em 2018, subindo 0,5% a cada eleição, até alcançar 3% em 2030 e diminuindo o número exigido de estados de 14 para 9. A quem favorece restringir a voz de trabalhadores e movimentos sociais contra os velhos políticos e partidos corruptos?

Outro ponto que caminha para o acordo é a criação do fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões com recursos públicos para o financiamento de campanhas e o fim das coligações para eleições proporcionais (deputados e vereadores), na tentativa de passar um pano para as campanhas de velhos corruptos ligados ao seus senhores capitalistas.

Esses e outros pontos da Reforma Política são essencialmente para impedir que os partidos de esquerda tenham condições de se expressar no processo eleitoral. Ou seja, o que os políticos argumentam como forma de acabar com o fisiologismo típico do Estado burguês, na realidade significa fortalecer os grandes partidos do regime, fagocitando os partidos menores nestes, portanto mantendo os mesmos políticos e partidos ligados aos patrões em relações espúrias de corrupção hegemonizando a cena política e eleitoral.

Fundo partidário, tempo de TV, dentre uma série de outras mudanças, apesar das divergências dentre os setores da casta política, todos estarão a serviço exclusivo dos partidos tradicionais para se prostrarem como alternativa política. O objetivo é fazer de toda a eleição espaço privilegiado da burguesia, através desses partidos patronais, cujas vozes dissonantes, sejam os partidos de esquerda, ou os trabalhadores, negros, mulheres, jovens, LGBTs, impossibilitados de criarem novas organizações partidárias, possam ter um mínimo de expressão política.




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