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INDÚSTRIA | Depois de quase dois anos, Mabe começa a pagar indenizações a trabalhadores

Depois de um longo período, marcado por fraudes dos empresários e um grande sofrimento para mais de 1900 trabalhadores, a administradora da massa falida da Mabe começou a ser leiloada para o pagamento de indenizações e dívidas salariais.

Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia

quarta-feira 29 de novembro de 2017 | Edição do dia

Em fevereiro de 2015 os trabalhadores ocuparam as fábricas de Campinas e Hortolândia contra o anúncio de fechamento da fábrica e o atraso de meses de salários e direitos trabalhistas.

Desde o fim de 2014, a MABE já veio atrasando salários, 13º, cesta básica, demitiu centenas de trabalhadores, dentre eles vários lesionados pelo intenso ritmo de produção, e seque pagou a verba rescisória dos demitidos.

O processo de falência foi abertamente fraudulento. Antes de declarar falência, a MABE enviou centenas de milhões de dólares de lucro para o México. Na verdade, era parte de uma reestruturação produtiva para a imprensa aumentar os seus lucros, e o pedido de “falência” foi apenas uma manobra judicial para não pagar os trabalhadores.

O dinheiro desta fase inicial de pagamento veio do primeiro leilão da massa falida, que arrecadou R$ 70 milhões, e mais R$ 9 milhões vindos de contas judiciais. inicialmente os trabalhadores receberão quantias de até 150 salários mínimos, e terça-feira retiraram as guias no banco para obter os valores. Aqueles que tiverem direito a somas maiores serão pagos após outros leilões que estão por acontecer.

No primeiro leilão, ocorrido em outubro, a Eletrolux comprou por R$ 70 milhões as marcas Dako e Continental. Outros R$ 98,8 milhões são provenientes do segundo leilão que colocou à venda as fábricas de Campinas e Hortolândia e um galpão também em Hortolândia, além de 150 equipamentos.

A luta da Mabe foi um grande exemplo para todos os trabalhadores do Brasil. Cada trabalhador que participou desse processo semeou a perspectiva de lutar pelos seus direitos, e frente aos ataques de grande magnitude que hoje estão colocados para o conjunto da classe trabalhadora, recuperar esse exemplo é uma tarefa fundamental.

Nós do MRT e do Esquerda Diário apoiamos ativamente esta luta voltando todos nossos esforços para ampliar a solidariedade aos trabalhadores. Junto a professores e secundaristas da região, onde se encontrava a fábrica de Campinas, e estudantes da Unicamp e PUC, organizamos uma grande campanha em solidariedade a luta contra a falsa falência e as demissões. Impulsionamos uma importante campanha de arrecadação de alimentos nos bairros, escolas e nas Universidade de Campinas para ocupação e as famílias que sentiam a falta dos meses de salários não pagos.

Organizamos, com mais 200 pessoas, o primeiro corte da Rodovia Santos Dumont que deu grande visibilidade para o conflito, conseguindo uma expressão em mais de 16 dos principais veículos de mídia impressa e escrita da cidade e do estado.




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