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#OCUPA TUDO | Depoimento: #OCUPACENTRAL resiste!

O C.E. Central do Brasil, uma das ocupações vitimas da ação criminosa do ‘Movimento Desocupa’, voltou a ser ocupado nesta sexta-feira, mostrando a garra e a disposição dos estudantes em luta por uma educação melhor.

domingo 22 de maio de 2016 | Edição do dia

O #OcupaCentral é um dos colégios de luta do Méier que sofreu com a ação dos ‘desocupa’ articulado junto à Diretoria Regional Metropolitana III da SEEDUC. No dia 16 de maio, o colégio foi invadido por uma gangue junto ao ‘desocupa’. Os estudantes foram prevenidos da tentativa no dia anterior, e se refugiaram num colégio próximo, o Visconde de Cairu, que também está ocupado. Em torno de meia-hora após a ação do ‘desocupa’, a direção do colégio já estava lá, prova de que está muito por dentro da articulação destes “movimentos”. Em protesto, estudantes de vários colégios da região ocuparam a Metro III, como relatamos neste depoimento.

Sobre a reocupação do colégio, que ocorreu nesta sexta-feira, Y, estudante do Central, relatou que: “chegando no colégio, a gente deparou com uma corrente grossa, um cadeado mais grosso ainda, de 80, ai a gente viu que não ia dar para abrir ali, a gente até tentou. A gente simplesmente empurrou a outra porta e a porta abriu. Ai a gente ficou lá dentro, arrumou as coisas lá tudo bonitinho, deixamos no esquema, inclusive estão dizendo que a gente quebrou tudo e a gente nem encostou em nada, pelo contrário, a gente colocou coisas no lugar. Ai tinha um menino andando do lado de fora da escola e um policial deu voz de prisão para ele, dizendo que viu ele em flagrante, só que na verdade ele não viu porque o menino não estava fazendo nada de mais. Eles eram do terceiro batalhão, os policiais, e eles queriam levar esse menino para a cidade da polícia que é depois de jacarezinho, e o terceiro batalhão é do lado da escola. Eles quiseram atrasar a gente porque a gente seria uma boa testemunha, aí a gente resistiu, a gente falou que não iam levar ele, até porque ele não fez nada de mais, eles não tinham provas contra ele, a gente sentou na frente do carro da polícia.”

Veja abaixo imagens do momento, da página do #OcupaCentral:

“Assim que a gente sentou, não teve mais conversa, foi na sequência, bomba, gás, spray de pimenta, eles tacaram pedra. Cara, foi horrível, mas ao mesmo tempo para mim foi libertador porque eu nunca tinha vivido um negócio assim, sabe, de luta mesmo. Eu achei meio engraçado também, que do nada, de um dia para o outro, a polícia começou a agir de forma agressiva com as ocupações no rio de janeiro como por exemplo aconteceu no central e duas ou três horas depois aconteceu na SEEDUC e vai acontecer em outros lugares em nenhum lugar aconteceu tal tipo de violência policial, entendeu?”

Bombas recolhidas pelos estudantes após a repressão.

O estudante que havia sido detido foi solto depois por falta de provas.

A escalada repressiva do governo e da SEEDUC, junto ao novo secretário Wagner Victer, marca uma nova etapa do conflito entre estudantes e o governo: a SEEDUC não consegue mais enrolar os estudantes com falsas promessas, e os estudantes estão organizados para resistir e não se intimidam com os desocupa. Por isso, agora o governo começa usar da própria polícia. Tanto é que na mesma noite em que houve esta repressão no Central, os estudantes que ocupavam a SEEDUC foram reprimidos pela Tropa De Choque, como pode-se ver neste link e em diversas imagens divulgadas nas redes sociais.

A repressão aos estudantes do Rio acontece uma semana após os estudantes das ETECs em SP serem também reprimidos pela polícia em São Paulo. Os governos estaduais, com ajuda do governo golpista de Temer que tem como Secretário de Segurança o antigo repressor dos secundaristas de SP, não hesitarão em usar força da polícia contra estudantes desarmados para empurrar goela abaixo os cortes na educação.

Por isso, é fundamental que professores, pais, responsáveis, o SEPE, entidades estudantis e todo o movimento estudantil apóiem ativamente as ocupações. Os estudantes do RJ podem barrar os cortes e toda a repressão do governo do estado se organizando pela base, em um comando realmente representativo, onde estejam estudantes eleitos nas assembléias de ocupação. Esta ferramenta de luta deve dar vazão à resistência das escolas em luta, à força dos estudantes que resistiram à Tropa de Choque na SEEDUC, e ao grito de “não tem arrego”. O movimento de estudantes já é nacional, está em SP, no Rio Grande do Sul, no Ceará, e os governos temem a potência dessa juventude. Por isso mandam a polícia, por isso os grandes empresários com ajuda da Globo e um punhado de parlamentares corruptos deram um golpe transformando Temer em presidente: querem um governo que aplique os cortes na educação mais rapidamente e mais decididamente. Se unificando nacionalmente, os estudantes podem ter a força para incendiar os trabalhadores para que entrem na luta para virar esse jogo.




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