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DESCASO NA EMBRAER | Demora no atendimento pela SulAmérica agrava situação de esposa de demitido da Embraer

Com meses de atraso e por pressão do sindicato, plano da SulAmérica liberou cirurgia de esposa de demitido da Embraer. Após denúncia divulgada pelo Esquerda Diário, o plano passou a dar atenção para o caso, tendo a família recebido ligação da ouvidoria da empresa. Porém, por conta da demora, constatou-se que o estado de saúde da paciente não permite mais a realização do procedimento previsto. Ela agora aguarda novas autorizações do plano de saúde para a realização de uma cirurgia mais complexa.

quarta-feira 16 de junho de 2021 | Edição do dia

O descaso das duas empresas coloca em risco a vida de uma família inteira em São José dos Campos. Conforme denunciamos aqui, trabalhador demitido da Embraer relata que a empresa o desligou mesmo estando com trombose causada pela Covid-19 e outras doenças ocupacionais como hérnia de disco, com a esposa (que conta com o plano de saúde da empresa) tratando enfermidades decorrentes de um câncer, tendo ela necessidade de cirurgia urgente, correndo risco de morte. O convênio Sulamérica, que deveria estar funcionando para o trabalhador e sua família até o final de junho (segundo o que havia sido acordado com a empresa), criou uma série de barreiras e postergou a cirurgia.

A Embraer sequer se posicionou até agora sobre esse caso absurdo e não fez nada para auxiliar nessa questão, apesar dos pedidos do trabalhador e do sindicato. O convênio liberou a cirurgia, porém apenas parcialmente e com meses de atraso. A denúncia de negligência, noticiada pelo Esquerda Diário, repercutiu em outras mídias como no Jornal Costa Norte, e o convênio teve que dar atenção para o caso, tendo a família recebido ligação da ouvidoria da empresa. Entretanto, a demora agravou o quadro de saúde de sua esposa, como afirma o trabalhador:

“A SulAmerica colocou várias burocracias para a cirurgia da minha esposa e depois liberou parcialmente a cirurgia. Ela foi internada no hospital do câncer para fazer a angioplastia da perna (desobstrução da artéria) trombose pós-câncer e não foi possível desobstruir onde está com 100% de obstrução na artéria e agora provavelmente terá que fazer outra safena, que é retirar a artéria da perna para tentar salvar a perna. É uma cirurgia muito arriscada, onde pode perder a perna ou entrar em óbito. Isso ocorreu pela demora da liberação do convênio e a situação que me encontro foi também pela minha demissão que a Embraer me fez. Eu desencadeei uma trombose pós-covid e estou com uma hérnia de disco na coluna. Desculpem o desabafo, mas o lema que a Embraer emprega, ‘NOSSA GENTE É O QUE NOS FAZ VOAR’, é na realidade, ‘A EMPRESA É O QUE NOS FAZ IR PARA O BURACO’.”

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A Embraer realizou ao final do ano passado uma demissão em massa ilegal de 2500 funcionários e segue demitindo mais trabalhadores. O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, que deveria reverter a demissão dos mais de 2500 trabalhadores, suspendeu o julgamento do dissídio coletivo da Embraer após pedido de vista regimental feito pelo desembargador Lorival Ferreira dos Santos. Não se sabe quando o julgamento será retomado. A lentidão do TRT 15 em se posicionar pela readmissão dos trabalhadores está agravando situações como essa.

Confira também vídeo de Fernando Hass, diretor do Sindicato de Metalúrgicos de São José dos Campos, explicando em detalhes a situação:

É urgente que a Embraer prorrogue o plano de saúde e o vale-alimentação dos demitidos, que se encerram no final deste mês. Além disso, a SulAmérica precisa autorizar imediatamente todos os procedimentos necessários ao tratamento da paciente.

O Esquerda Diário se solidariza com o drama dos trabalhadores e suas famílias e se soma na luta pela readmissão imediata de todos os demitidos da Embraer.

Contra situações como essa que se multiplicam em todo o país, é preciso fortalecer as mobilizações (como a que ocorreu no dia 29 de maio) e fazer um forte ato dia 19 de junho. Mas, além disso, as grandes centrais sindicais, como a CUT(dirigida pelo PT), não podem mais seguir passivas, à espera das eleições de 2022 (para eleger um Lula que já disse “perdoar os golpistas” e aceitar privatizações), enquanto a classe trabalhadora está morrendo hoje. É para ontem que organizem assembleias de base em cada local de trabalho, para organizar uma paralisação nacional para potencializar as ações de rua. Fazemos um chamado às centrais sindicais da esquerda (a Conlutas e a Intersindical) a darem exemplo desde os sindicatos que dirigem e fazerem parte dessa exigência às grandes centrais.

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