Metroviários demitidos políticos da greve de 2014 serão reintegrados ao metrô amanhã, dia 20/06.
terça-feira 19 de junho de 2018 | Edição do dia
A greve de metroviários de 2014 teve seu desfecho com demissões 37 trabalhadores pelo governo de Geraldo Alckmin. Passados 4 anos, uma nova Copa do Mundo e muita solidariedade pelos demitidos que derrotou o ex-governador Geraldo Alckmin, a empresa e a justiça, o Metrô de SP definitivamente irá reintegrar os trabalhadores no dia de amanhã, 20.
O emprego dos 37 demitidos será devolvido, com pagamento de todo período de afastamento, a estabilidade no emprego por um ano e reconhecimento de que não cometeram nenhum crime por conta da greve, sendo também retirados todos os processos de ordem trabalhista e criminal contra estes lutadores. Uma importante conquista em defesa do direito de greve!
Na opinião de Marília, uma das demitidas e atual diretora do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a greve de 2014 foi a maior da categoria desde 1988, e trouxe importantes conquistas.
"Com certeza foi uma vitória importante, principalmente pela solidariedade que tivemos da categoria metroviária nesses quatro anos, nos mantendo atuantes, nos ajudando financeiramente. O mais importante é a decisão política de ter sido reintegrado, voltar ao trabalho e mostrar que vale a pena lutar pelos nossos direitos, fazer greve e provar que foi um erro do Metrô nos demitir", afirmou.
Marília afirmou ainda que o Sindicato dos Metroviários continuará lutando contra essas medidas, que considera grandes retrocessos para a categoria. "O importante agora é a gente voltar a trabalhar e fortalecer a luta atual da categoria, contra a privatização dos metrôs e terceirização das bilheterias, processos estes que estão precarizando muito o serviço, a qualidade do atendimento à população e as condições de trabalho dos metroviários. Esses são os próximos objetivos", apontou.
"O Metrô demitiu todos os trabalhadores com a mesma argumentação, de justa causa por mau procedimento. Isso para nós é uma tipificação bastante genérica. Junto com as demissões, o Metrô registrou boletins de ocorrência de diversos crimes contra trabalhadores. Com o acordo, uma das cláusulas determina que o metrô reconheça que não houve conduta ilícita dos trabalhadores", afirmou a advogada Dra. Regiane.
Para Fernanda, demitida política em 2014, "A solidariedade venceu. O governo nos golpeou mas não tombamos. Eles tinham tirado uma parte nossa, mas também nos deram outra: a certeza de que juntos éramos mais forte e que a solidariedade era necessária, isso prevaleceu, e agora tivemos a certeza de que este esforço não foi em vão e saímos fortalecidos."
Leia mais em: