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ECONOMIA CAMPINAS | Demissões em Campinas tem o pior número desde 2002

Flávia SilvaCampinas @FFerreiraFlavia

sábado 30 de julho de 2016 | Edição do dia

Nesta sexta-feira, 29, foram divulgados novos números do desemprego em Campinas e região metropolitana pelo CAGED (Cadastro geral de empregados e desempregados) do Ministério do Trabalho Emprego. No primeiro semestre de 2016, 10 .143 trabalhadores perderam o emprego somente em Campinas, é o pior dado em 14 anos, desde 2002.

Campinas não é exceção no quadro de crise econômica que atinge todo país, grandes cidades e regiões metropolitanas são as mais afetadas pelo desemprego, inadimplência, aumento do custo de vida, principalmente com aumento do custo da cesta básica e dos aluguéis. A região de Campinas, por se destacar na produção industrial, enfrenta um cenário ainda mais desolador de demissões, no qual a indústria se destaca enquanto um dos setores que mais demitem desde o início do ano.

Governo Jonas: para os empresários “desconto”, para os trabalhadores: saúde precária e demissões

O governo de Jonas (PSB) em Campinas, não diferente dos demais governos, vem atuando em defesa dos interesses de lucros dos empresários e banqueiros, em dezembro de 2014, o prefeito sancionou uma lei que concede incentivos fiscais, ou melhor, “desconto”, no Imposto Sobre Serviços (ISS) e também em relação ao Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) para empresas de diversos setores, veja aqui.

Ou seja, uma renúncia fiscal de R$ 42 milhões, para o município, dinheiro que poderia ser investido nos postos de saúde, e pronto atendimento da cidade, bem como na compra de ambulâncias do SAMU para grandes regiões como o Campo Grande, enquanto isso, estas mesmas empresas, demitem como querem, sem qualquer fiscalização da prefeitura.

Indústria e serviços: trabalho mais precário, menores salários e terceirização

As demissões crescem no setor de serviços e na indústria, enquanto isso, os empregos gerados, são mais precarizados, sobretudo, terceirizados, com salários inferiores até um 1,5 salário mínimo em sua grande maioria, jornadas de trabalho mais longas e com maior rotatividade.

É importante destacar, que a taxa de desemprego, historicamente é ainda maior entre jovens e para as mulheres e negros. Em todo país, são milhões de trabalhadores que mesmo após os meses de seguro-desemprego, não encontram uma nova alocação, com isso, dados do IBGE, já apontam o crescimento do emprego informal e autônomo, são, por exemplo, vendedores ambulantes, camelôs, artesãos, entre outras atividades em serviços.

Por isso, propostas apresentadas a partir das pré-candidaturas de trabalhadoras e trabalhadores do MRT pelo PSOL, que em Campinas contará com Danilo Magrão, nestas eleições municipais, como a criação de uma lei municipal que impeça as demissões, fiscalizando as empresas que demitem, são fundamentais, junto ao um plano de lutas construído a partir dos locais de trabalho e estudo, contra os ataques do governo golpista de Temer e os patrões. É necessário também, lutar para que empresas que lucraram milhões no “anos de crescimento” e que com a queda nas vendas e lucros, alegam “falência” (como ocorreu recentemente com a multinacional mexicana Mabe em Campinas e Hortolândia), sejam expropriadas e estatizadas sob controle de seus trabalhadores, para a manutenção dos empregos na região.




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