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DELAÇÃO CONTRA TEMER | Delação de Cunha promete jogar ainda mais lama no governo Temer

Em meio a um momento turbulento no qual encara uma votação na Câmara acerca da denúncia encaminhada por Janot, ao passo que sofre pressão para aprovar a reforma trabalhista, o governo terá de lidar com a explosiva delação de Cunha. Nela não apenas Temer, mas figuras centrais desse governo em crise, como Padilha, Jucá e Moreira Franco também serão atingidas em cheio.

quinta-feira 6 de julho de 2017 | Edição do dia

A delação de Cunha começou a ser negociada com o Ministério Público Federal há cerca de um mês e, ao que parece, já se encontra em um estágio bastante avançado. Dentro de algumas semanas o ex-presidente da Câmara de deputados deve estar em condições de iniciar o processo de delação. Simultaneamente a Cunha, o empresário Lúcio Funaro, apontado como responsável por operar suas propinas, também negocia com o MPF um acordo de delação. Até onde se sabe, Cunha escreveu quase cem páginas de rascunhos de anexos, o que significa que a delação será volumosa e de grandes proporções.

O documento, ao que parece, fará o planalto tremer novamente, uma vez que além de Temer, também Eliseu Padilha, Moreira Franco e Romero Jucá, figuras basilares do governo, também estariam envolvidos. Ao que parece Cunha já pediu à Procuradoria Geral da República que se prepare para receber a delação o mais rápido possível. Por outro lado, o que indicam as informações que são públicas é que a velocidade dos fatos depende de o quanto Cunha delatará e se esconderá ou não informações.

Fato é que a delação virá em um momento bastante delicado para o governo Temer. Isso porque o presidente golpista enfrentará nos próximos dias a tempestade da votação da abertura ou não do inquérito contra ele, movido pela PGR a partir das delações da JBS.

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Tanto Cunha como Lúcio Funaro pretendem confirmar, em suas delações, que recebiam dinheiro de Temer para permanecerem calados na prisão, como indica o áudio de Joesley Batista. Temer também aparece, ainda segundo os delatores, envolvido num esquema de corrupção no FGTS, em que recebia propina de empresas interessas nos recursos do fundo. Temer teria utilizado a propina na campanha do peemedebista Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. Aliás, a prisão de Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer, na última segunda-feira, é, em grande parte, fruto de uma delação de Funaro acerca das fraudes na liberação de crédito na Caixa envolvendo Geddel.

O procurador geral da república, Rodrigo Janot, escolherá utilizar ou não as delações de Funaro e Cunha para atacar Temer com mais intensidade. Temer já vem sendo acusado pela PGR de obstrução da justiça, uma vez que, conforme o áudio de Joesley, o presidente teria questionado o empresário acerca da compra de silêncio do ex-presidente da Câmara, na prisão.

Os próximos dias serão de incerteza para o presidente que se encontra imerso em uma crise profunda e não tem nenhuma garantia que realmente assegura de que poderá terminar o seu mandato. A votação da denúncia de Janot na Câmara, bem como a votação da reforma trabalhista e o impacto da delação de Cunha e Funaro, previstas para daqui duas semanas, serão termômetros que permitirão saber qual o real nível da crise do governo Temer.




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