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II SEMINÁRIO DE NEGRAS E NEGROS DA CSP-CONLUTAS | Debate com a ANEL no II Seminário de Negrxs da CSP-Conlutas – É necessário ir além da demagogia e organizar a luta contra a direita racista e os ataques do PT

A ANEL é parte da CSP CONLUTAS e quando essa última organiza um seminário para discutir a questão negra é fundamental que os companheiros da Juventude estejam presentes. Nós da Faísca – Anticapitalista e Revolucionária, fazemos parte da Executiva Nacional da ANEL e abrimos uma discussão a respeito da importância de participar deste encontro.

Jenifer TristanEstudante da UFABC

Artur LinsEstudante de História/UFRJ

domingo 24 de abril de 2016 | Edição do dia

Sem discutir a participação da ANEL dentro da Executiva e sem definir quais seriam os eixos de intervenção de uma fala de Juventude, na mesa de ontem (e somente nessa mesa), o companheiro Gabriel Ferreira, do PSTU e da ANEL esteve como membro. O companheiro apresentou como política nacional a consigna de “Fora Todos”, que nunca foi votada como programa da ANEL e que na verdade é o programa do PSTU.

A frase que sintetiza o argumento do companheiro para defender esse programa foi “Não se trata de falar de golpe, porque o golpe é contra a nossa própria vida”. Essa frase expressa uma posição demagógica e atua como uma linha auxiliar da direita; um discurso que serve como cobertura “radical” mas acaba adaptando-se completamente ao regime através de uma saída de “eleições gerais”. Defender “Fora Todos” e “Eleições Gerais” acaba por confiar no regime e serve como obstáculo para que a desconfiança da juventude e dos trabalhadores nesse regime responsável por repressão, ajustes, cortes e sanções às nossas vidas se manifeste no terreno da luta de classes, de forma independente.

Atuando dessa forma, dá espaço para a direita, que com esse golpe institucional se relocaliza para aplicar ajustes ainda mais duros. Quando dizem que o impeachment não é um golpe institucional ou que não influi em nossa vida cotidiana, não enxerga que esses setores querem destruir o pouco que há de garantias em nossas vidas, da juventude e dos negros. Os setores que vimos tomar a palavra no Congresso do último domingo são aqueles que reivindicam mais polícia, mais segurança pública, mais desemprego na juventude; são os setores que vão aplicar mais ajustes na economia, que querem atacar a previdência social, que querem implementar a redução da maioridade penal, prendendo ainda mais a juventude que já se levanta contra esses ataques. É a mesma direita que, contra as cotas, quer barrar ainda mais a entrada dos negros nas universidades que vêm como seus parques de desenvolvimento tecnológico e formação de mão de obra especializada, inclusive com outro projeto de educação que passa por fora de aportar para a vida dos trabalhadores que financiam a educação.

A organização da Juventude

A juventude tem sentido mais detidamente a questão dos ataques que todos os governos vêm implementando, principalmente a partir de ataques à educação. Primeiramente em SP, em Goiás e agora no RJ, vimos os estudantes se levantarem e expulsarem as burocracias estudantis para poderem se mobilizar. O PSTU e a ANEL ao dizerem que não há golpe atuam com uma inação que impede de organizar a juventude que já vem se colocando em luta contra os ataques à educação, que precisam ser também contra a direita, que quer criar uma juventude que não questione nada, nos obrigando a crescer dentro de “escolas-prisão”.

A ANEL está em algumas escolas ocupadas no RJ, e cabe a ela lutar para unificar a greve de professores com as ocupações, criando um polo de oposição à direita racista e ao PT, que durante anos permitiu o crescimento da direita sob seu próprio nariz. Nesse sentido a ANEL precisa se organizar contra os cortes na educação, abrindo espaço para que possamos pautar a situação política nacional e tirar uma política dos estudantes de maneira democrática. Ao não querer encarar a realidade e não dizer que vivemos um momento de avanço da direita racista, empurram as bases da ANEL à direita, o que infelizmente pode manchar a trajetória de uma entidade que, diferentemente da UNE, sempre se posicionou de maneira antigovernista e independente. Sabemos o que significa a UNE para os estudantes que querem se mobilizar: atuam como um freio das lutas e até agora não moveram uma palha para criar uma medida concreta de enfrentamento contra os ajustes e os cortes na educação e para lutar contra a direita racista.

A ANEL, nossa entidade, deve se posicionar como alternativa de luta com base em um posicionamento claro contra o avanço da direita, os ataques do PT, e do governo golpista como ponto de apoio para cada luta estudantil contra os ataques. Para nós é importante participar do seminário porque é parte de discutir uma intervenção com os negros e trabalhadores neste importante momento político.




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