Nessa quarta-feira foi com firmada a filiação e pré-candidatura do âncora do Jornal sensacionalista Brasil Urgente, José Luiz Datena, como Prefeito da cidade de São Paulo pelo Partido Progressista (PP), sigla do engenheiro empresário e Deputado Federal procurado internacionalmente pela Interpol, Paulo Maluf.
quinta-feira 30 de julho de 2015 | 00:01
Nessa quarta-feira foi confirmada a filiação e pré-candidatura do âncora do Jornal sensacionalista Brasil Urgente, José Luiz Datena, como Prefeito da cidade de São Paulo pelo Partido Progressista (PP), sigla do engenheiro empresário e Deputado Federal procurado internacionalmente pela Interpol, Paulo Maluf.
Há algumas semanas a mídia divulgava conversações e idas e vindas de Datena ao Palácio dos Bandeirantes, onde teria se reunido com dois Secretários e o próprio governador Alckmin, para discutir a possível filiação e candidatura a Prefeito de São Paulo pelo PSDB. Também informava sobre diálogos e jantares entre ele e o vice-governador do Estado, Márcio França, do PSB.
Ao final, porém, foi o PP – um dos velhos partidos fisiológicos do Brasil, hoje base de apoio do PT, ontem base de apoio do PSDB, que tem sua origem vinculada ao partido de sustentação do regime militar brasileiro e entre seus quadros famosos, antigos ministros e políticos ligados à ditadura militar –, com quem Datena – o símbolo da TV Bandeirantes e do jornalismo sensacionalista, que incentiva a violência racial e a repressão policial –, iria se identificar no caminho rumo a Prefeitura da maior capital do país.
Sobre se sentir constrangido em ser correligionário de Maluf, reconhecido por ser procurado em mais de 20 países pela polícia internacional e autor das famosas frases “estupra, mas não mata” e “roubo, mas faço”, Datena respondeu prontamente que “todo partido tem um Maluf”. Ele apenas esqueceu de mencionar que o PP têm vários, sendo o partido com o maior número de políticos citados na Operação Lava Jato por corrupção e outros crimes.
Mas nem tudo são flores no que poderia ser o casamento ideal entre duas metades de uma mesma laranja podre. Paulo Maluf, ex-presidente do Diretório Estadual do PP, substituído por intervenção da Executiva Nacional do partido em dezembro de 2014, afirmou em menos de 24 horas que apoiará a reeleição do seu afilhado – sobre o qual divide o título de padrinho com o seu ‘chegado’, o ex-presidente Lula – Fernando Haddad, do PT. Datena disse que se sentiu mais à vontade com o apoio de Maluf a Haddad "Ele tem mais a ver mesmo com Haddad", comentou.
A filiação e pré-candidatura de Datena surpreendeu muita gente, haja visto que em 2012 ele próprio dizia em entrevista para a UOL que não entendia nada de administração e que seria um péssimo político. Além disso, disse ao se referir a Celso Russomano, pastor, apresentador de programa de televisão e candidato à Prefeitura de São Paulo à época pelo PRB, que achava injusto um apresentador de TV se candidatar, pois ganharia votos pela sua popularidade e não pela sua capacidade como administrador (sic!).
O nome de Datena vem se somar no embaraçado jogo de xadrez que envolve as eleições municiais de São Paulo de 2016. Além dele e de Haddad, outros nomes cogitados para o pleito são os do deputado federal Celso Russomanno (PRB), o da senadora Marta Suplicy (sem partido, mas com acordos fechados com o PSB), e uma possível disputa interna no PSDB entre o vereador Andrea Matarazzo e o empresário, também apresentador de TV, João Dória.
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