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CUNHA PRESO | Cunha responde o primeiro interrogatório de Moro. Cunha irá revidar contra Temer?

Preso há cerca de três meses, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara, respondeu nesta terça-feira, 7, pela primeira vez a um interrogatório em audiência conduzida pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato em Curitiba (PR).

terça-feira 7 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Cunha teria lido uma carta a Sérgio Moro, em que reclamou da falta de tratamento do seu aneurisma e, escrita a próprio punho do Complexo Médico Penal, onde se encontra preso. O interrogatório durou cerca de 3h e ele negou irregularidades, além de dizer que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior) e que foram abastecidas com recurso lícito, segundo a Folha de São Paulo.

Havia expectativa que denunciasse Temer. Poderia Cunha revidar?

Em novembro do ano passado, Moro vetou 21 das 41 perguntas elaboradas pela defesa do ex-presidente da Câmara a uma das testemunhas arroladas no processo de Cunha: o golpista Temer. O juiz considerou os questionamentos inapropriados, já que não há envolvimento de Temer na ação penal a que Cunha responde.

Uma das perguntas é se Temer foi comunicado por Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, de uma suposta proposta financeira para que ele permanecesse no cargo na estatal.

O interrogatório de Cunha é considerado o principal ato do processo penal, pois o juiz já ouviu testemunhas de defesa e acusação. Apesar das provocações à cúpula do poder em Brasília, Cunha não irá entregar tudo o que sabe - neste caso, seria mais vantajoso para o ex-parlamentar fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Ele deve se ater aos questionamentos sobre o processo específico a que responde junto a Moro.

Nessa ação penal, Cunha é acusado de receber propina relacionada a um negócio da Petrobras em Benin, na África, e mantido o dinheiro em contas secretas na Suíça com corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A denúncia foi oferecida pela Procuradoria-Geral da República e recebida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas desceu para a Justiça federal quando Cunha perdeu o foro privilegiado por ter o mandato cassado.

Mesmo que seja de se estranhar, primeiramente, o fato de Temer e Lula terem sido chamados por Cunha para que eles depusessem como testemunhas, o regente dessa orquestra, Sérgio Moro, cumpre um papel de controlar as delações do ex-presidente da Câmara para proteger o governo golpista.

Questionada sobre o depoimento, o advogado de Cunha, Marlus Arns, confirma apenas que o deputado "pretende responder às perguntas do juiz Sérgio Moro e do Ministério Público Federal". Cunha também pretende fazer, ao final das perguntas, um discurso duro sobre o que considera abusos da Operação Lava Jato.




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