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CORONAVÍRUS | Crianças em BH fazem cartinhas de agradecimento aos trabalhadores da saúde

Estudantes de um colégio da capital mineira fazem cartinhas com frases e desenhos em homenagem aos profissionais da saúde, que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus.

terça-feira 31 de março de 2020 | Edição do dia

O que se escancarou na crise intensificada e acelerada pela pandemia é o papel que a classe trabalhadora cumpre na sociedade. Mesmo trabalhando precariamente, com direitos reduzidos, sempre atacada pelos governos e carregando nas costas os custos da desigualdade, foi a classe trabalhadora que entrou no centro da discussão aberta pelas necessidades de isolamento e paralisação de certos ramos da produção impostos pelo coronavírus.

A população em geral, nos seus diversos setores sociais, reconhece esse papel, e tenta através da solidariedade humana retribuir em agradecimento. O jeito que uma turma de crianças da capital de Minas Gerais escolheu para homenagear os profissionais da saúde por estarem na linha de frente do combate ao novo coronavírus foi através de lindas cartinhas. Com desenhos e frases de apoio, os estudantes elogiam a força dos médicos e enfermeiros, e agradecem por seus cuidados com as pessoas. Eduardo, de 5 anos, escreveu em uma carta: “queridos médicos e enfermeiros. Obrigado por cuidarem das pessoas e de nós. Vocês são cuidadosos, atenciosos e valentes”. Artur, de 6 anos, disse: “médicos, obrigado. Cuidado para não pegarem corona”.

Em entrevista ao G1, os profissionais disseram que a iniciativa dos estudantes dá confiança e tranquilidade para superar essa fase. Disseram ainda que o esforço diário com tanto trabalho pode levar a esquecer da importância que cada trabalhador têm, mas que as cartinhas ajudaram a relembrá-la. Um médico disse que sentiu “como se o coração tivesse sido abraçado” ao receber as cartinhas por e-mail. Além dessa manifestação de apoio por parte dos estudantes, vimos também que em várias cidades pelo país as pessoas foram para as janelas de suas casas aplaudirem os trabalhadores da saúde.

Frente aos impactos que o coronavírus pode causar, os governos e o empresariado nacional tem uma resposta, já declarada de diversas formas em frases, vídeos e atuação política: a economia e os lucros importam mais que a vida de centenas de pessoas. Desde Bolsonaro que diz que o coronavírus é apenas uma “gripezinha” ou que “todos iremos morrer um dia”, passando pelo ministro da Economia Paulo Guedes que coloca prazo para os trabalhadores saírem de quarentena, mas diz preferir ficar em casa até declarações como a que fez Junior Durski, dono da rede de restaurantes Madero e sócio de Luciano Huck, “as consequências [econômicas] serão muito maiores do que as pessoas que vão morrer por conta do coronavírus”. Mais do que nunca se coloca a necessidade da classe trabalhadora levantar uma resposta própria frente a essa crise. Para isso, o apoio da população é imprescindível; e a doçura das crianças certamente é indispensável.




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