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GREVE DOS PETROLEIROS | Cresce greve petroleira e afeta produção do pré-sal

A greve de petroleiros começou a partir de 5 sindicatos ligados a FNP. Outros 12 ligados a governista FUP entraram na greve este domingo. A greve já afeta o pré-sal e tende a se fortalecer até terça. A luta é contra o arrocho e o plano de privatização. Empresa já aumentou a proposta salarial de 5,73% para 8,1%, mas mantém os outros ataques

segunda-feira 2 de novembro de 2015 | 00:11

(foto: Heron Barroso)

Depois de meses de enrolação da Federação Única dos Petroleiros (FUP - CUT) para convocar a greve a Federação Nacional de Petroleiros (CSP-Conlutas, PSTU, Intersindical e cutistas de esquerda) resolveu iniciar a greve nesta quinta. A FUP foi obrigada a chamar greve a partir de domingo para tentar conter a insatisfação na sua base que também quer mobilizar-se por salário e contra a privatização.

A empresa, preocupada, chamou para negociar na quarta, sempre de maneira separada a FUP da FNP. Na negociação, a empresa aumentou a proposta salarial de 5,73 para 8,11%, mas manteve o mais importante dos ataques: o plano de privatização, a diminuição das horas extras, um plano de redução de salários (similar ao PPE, como explicamos nesta nota) para unidades administrativas.

A FNP pauta sua greve, corretamente, tanto pelo acordo coletivo, salários e direitos dos petroleiros como a luta contra a privatização. Por sua vez, a FUP dá eixo exclusivo na luta contra a privatização. Como se não bastasse a divisão que a empresa põe nas mesas de negociação e os calendários separados por responsabilidade da burocracia da FUP, os sindicatos levantam eixos de pauta diferentes e dificultam a unidade da base petroleira contra a empresa e o governo.

A greve começa forte em algumas bases da FNP como o terminal da Baía de Guanabara (TABG), a refinaria RPBC em Cubatão, a refinaria do Vale do Paraíba (REVAP) , Santos, Alagoas, Sergipe, Urucu, entre outros. Alguns sindicatos da FUP, incluindo o mais estratégico do país, do Norte Fluminense, propuseram greve com ocupação das unidades. Esta foi a proposta da FUP na Bahia, Norte Fluminense e Caxias.

A parada da produção na estratégica unidade de Caraguatatuba no Litoral Paulista está travando o escoamento do gás natural de campos do pós-sal e no campo gigante de Lula no Pre-sal. Possivelmente o pré-sal deverá ter sua produção interrompida se o escoamento desta unidade seguir interrompido. Diante deste fato a Petrobras suspendeu negociações com a FNP na sexta-feira e emitiu comunicados a todos petroleiros condenando os piquetes. Não se viu tamanha pro-atividade da empresa para denunciar a corrupção, verdadeira causa de prejuízos a empresa e não a greve dos petroleiros em defesa de seus salários e da empresa.

Até o momento de fechamento desta matéria o Esquerda Diário pode levantar informações de paralisações nas seguintes refinarias dirigidas por sindicatos ligados a FUP: REDUC em Duque de Caxias Rio de Janeiro, RECAP em Mauá, São Paulo e REPLAN em Paulínia no mesmo estado. Também há notícias de greve no importante Terminal de Cabiúnas (TECAB em Macaé, Rio de Janeiro). Segundo o site do sindicato do norte fluminense 13 das cerca de 45 plataformas daquela região estariam com controle de produção ou greve. Não há informações nos sites dos sindicatos sobre a adesão em outros locais do país.

Leandro Lanfredi, petroleiro de Caxias e do Conselho Editorial do Esquerda Diário, disse que “Depois de dividir e controlar a greve, para blindar o governo, a FUP agora tenta aparecer com um discurso combativo “contra a privatização” e chamando um “controle da produção” e “ocupação”. Não podemos nos enganar com esse discurso da FUP, nem nos iludir sobre ideias radicais que venham a assumir. Seu falso radicalismo está em função de ganhar moral com a categoria para continuar aceitando o arrocho salarial, a demissão de terceirizados e até mesmo algum acordo com o governo sobre o desinvestimento. Se a FUP estivesse seriamente na luta contra a privatização mobilizaria a central sindical que ela faz parte, a CUT, a tomar ações em defesa da Petrobras. A defesa da Petrobras passa pelos petroleiros superarem esta divisão de pautas, de sindicatos, e pela base organizar uma greve nacional que chame todos sindicatos do país a apoiarem. A luta da Petrobras toca não só nossos salários e empregos, mas que relação o Brasil terá com suas riquezas naturais e com o imperialismo. Na Petrobrás os trabalhadores do país podem começar a dar um basta aos ajustes”, concluiu.




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