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SAÚDE | Cortes na saúde e a péssima gestão da pandemia reduzem vacinação de doenças já erradicadas

A queda nos dados de vacinação vem desde 2015, o que mostra que não é apenas consequência da pandemia de Covid-19 que sem dúvida agravou o cenário, mas também dos profundos cortes de investimentos em saúde principalmente após a aprovação da lei do teto dos gastos aprovada em 2016 com a PEC 241.

sexta-feira 4 de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Camila Domingues/Arquivo Palácio Piratini

O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) revelou dados alarmantes do Ministério da Saúde sobre a baixa imunização de doenças já erradicadas no Brasil, abrindo uma terrível perspectiva de novas pandemias nos próximos anos. Mais da metade dos municípios do país não alcançaram a meta do PNI (Plano Nacional de Imunizações) contra hepatites, tuberculose, poliometile e sarampo.

A vacinação contra BCG e rotavírus humano, por exemplo, em 2015 atingia 100% de cobertura, em 2019 sofreu redução para 86,7% e em 2020 chegou a apenas 73,3%. A meta para se atingir imunidade coletiva dessas doenças é de 90% de vacinação da população. Para outras doenças como poliomelite a meta é de 95%. Em 2015 o país vacinava 98,3%, em 2019 caiu para 84,2% e em 2020 75,9%.

Em 2018 já houve o retorno do sarampo que já havia sido erradicado. Em 2020 ocorreram surtos em 21 estados brasileiros, em que o caso mais grave foi no Pará com mais de 60% dos casos.

Segundo a autora da análise Letícia Nunes, economista e pesquisadora do IEPS, “A gente corre o risco do ressurgimento de doenças se essa queda não for revertida. Quando as coisas voltarem ao normal e as aulas presenciais retornarem, doenças que já estavam controladas podem vir com muito mais força”. Para Bolsonaro, prefeitos e governadores no entanto as aulas presenciais devem retornar sem sequer uma ampla vacinação contra Covid-19. Em estados como São Paulo por exemplo professores, alunos e famílias já estão expostos de forma totalmente irresponsável por João Doria, o que mostra que a oposição entre governadores e Bolsonaro não passa de uma ilusão vendida para preparar a briga das urnas em 2022 enquanto a população mais pobre e trabalhadora segue morrendo aos milhares diariamente.

Por isso não é exagero dizer que tratam-se de políticas genocidas que se expressam não só pelas canetadas e pela boca suja de Bolsonaro, mas com o conjunto do regime que para descarregar a crise sobre a juventude e os trabalhadores estão unidos com STF, militares, grande mídia e governadores e prefeitos. Inclusive os do PT, PCdoB e agora do PSOL também, partidos que propõe esperar por uma saída eleitoral em 2022 vendendo ilusões para o povo de que é possível mudar alguma coisa por dentro desse regime burguês apodrecido.

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É preciso voltar às ruas como no último dia 29, em uma paralisação nacional e avançar na mobilização e auto organização da juventude em unidade com a classe trabalhadora, os únicos que podem dar uma resposta a altura do eventos, para impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana com a força da mobilização para que o povo possa decidir democraticamente os rumos do país, uma Assembleia que abra o debate para que sejam os capitalistas que paguem pela crise que criaram e não os trabalhadores com seu sangue.

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