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CURSINHO UNESP | Contra o despejo do Cursinho Popular de Franca!

O SEU é um cursinho popular vinculado à Unesp de Franca. Alegando a necessidade de corte de gastos, a direção do campus de Franca comunicou que o cursinho será despejado do prédio onde hoje ocorrem as aulas.

quinta-feira 9 de julho de 2015 | 00:01

O SEU é um cursinho popular vinculado à Unesp de Franca, que há 18 anos desempenha um importante papel à comunidade, e atende estudantes de baixa renda. Alegando a necessidade de corte de gastos, a direção do campus de Franca encaminhou aos membros do Cursinho um comunicado dizendo que o cursinho será despejado do prédio onde hoje ocorrem as aulas. Nenhuma das alternativas até então apresentadas pela direção garante infraestrutura e acesso dos estudantes e membros do cursinho que sejam adequados à manutenção das atividades, tendo o risco de o cursinho ter que ser fechado.

Os cursinhos são projetos vinculados à Unesp que são voltados à comunidade; contudo, vêm sendo duramente atacados. Diversos cursinhos sofreram cortes de bolsas e verbas em 2014 e 2015. O Cursinho Alternativo da Unesp de Marília, por exemplo, teve um corte de quase 50% de suas bolsas e de suas verbas. O cursinho de Gavião Peixoto, vinculado ao CUCA de Araraquara, foi integralmente fechado. O que hoje ocorre com o cursinho de Franca é mais um sintoma do desmonte desenfreado de toda a extensão universitária na Unesp. É um corte de verbas estrondoso, de mais de 50%, do ano de 2013 até hoje.

A maior parte da verba dos cursinhos é oriunda do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). O PDI previa uma elevação dos investimentos nos projetos por período determinado, e uma retirada de verbas no período seguinte, para que os cursinhos passassem a fazer parcerias com a iniciativa privada. Esse tipo de parceria é nociva aos cursinhos, pois atrelando os projetos aos interesses das empresas os cursinhos ficam à mercê dos lucros, e, como ocorreu com o cursinho de Gavião Peixoto, que era vinculado à Embraer, corre o risco de retirada dos investimentos a qualquer momento.

A verdade é que os “cortes de gastos” que a direção do campus de Franca alega são seletivos. Os supersalários dos reitores e funcionários selecionados da reitoria não estão sendo cortados. Os projetos ligados à “internacionalização” da Unesp não estão sendo cortados. Cursos novos estão sendo abertos, para aumentar as estrelas da instituição. Mas o que está sendo cortado são esses projetos voltados à classe trabalhadora.

Com o argumento de “crise”, esses mesmos jovens que são afetados pelos cortes nos cursinhos são também afetados por virem de escolas precárias, resultado de anos de descaso do governo do Estado de São Paulo, que neste ano receberam cortes de metade da verba de escritório e de limpeza, com péssimas condições de trabalho aos professores; ao mesmo tempo, sofrem com os cortes de 700 mil vagas do FIES, com as demissões, com a inflação, com a elevação da conta de luz, com os ataques aos direitos trabalhistas, como o seguro desemprego. Em outras palavras, querem que os jovens trabalhadores paguem por uma crise que não criaram.

Desde que anunciados os cortes e despejo do SEU, estudantes e professores do cursinho vêm se mobilizando para barrar esse desmonte. No dia 20 de maio os estudantes da Unesp de Franca paralisaram as atividades com a pauta do cursinho e dos demais projetos de extensão, entre outras pautas. Além disso, já realizaram duas aulas públicas debatendo os movimentos sociais e a luta pela educação, e no dia 23 de junho realizaram um ato no centro da cidade com o fechamento de uma das ruas principais. Este é um exemplo a ser seguido para barrar os cortes, que deve se generalizar! A reitoria e as direções locais escolhem os momentos para desferir seus ataques. O movimento estudantil estadual precisa se unificar em ações conjuntas, pois o discurso dos “cortes de gastos” ameaça tudo que é voltado à classe trabalhadora na universidade.

Recentemente os membros do cursinho de Franca divulgaram uma foto com um cartaz muito significativo que diz: “Você chega na Unesp cheio de sonhos, mas parece que eles não são os únicos. E quando você quer ajudar outros colegas a realizares seus objetivos, vem a universidade e transforma em pesadelo! #NÃOAODESMONTEDOSEU #CURSINHORESISTE”.




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