No dia 14/03, no avanço do programa do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, de liquidar as operações da Cia Carris e abrir as portas para que o sistema de transporte público seja controlado totalmente pelos empresários sanguessugas de ônibus, foi apresentado o PDV para os trabalhadores da empresa.
quinta-feira 17 de março de 2022 | Edição do dia
Com sua veia liberal, o governo municipal, alinhado com a política de Bolsonaro, segue o cronograma de retirar a Cia Carris, do cenário do transporte público, para que os empresários controlem totalmente o sistema ditando regras que contemplem seus lucros, mesmo que a fórmula seja a do desemprego e a de oferta de um serviço cada vez mais precário. Assim, Melo e os empresários condenam os trabalhadores rodoviários e suas famílias à amargura de se somarem aos milhões de desempregados que o país já tem, em pleno aumento do preço dos alimentos, combustíveis e do custo de vida. Assim como deixa a população com um serviço que extinguiu linhas, reduziu oferta de horários e que promete piorar com a extinção já em curso da função primordial de um cobrador a bordo do ônibus.
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Somado ao governo, sindicato e comissão de funcionários, trabalham como inimigos dos trabalhadores, tratando de fazer um discurso de que o PDV (Programa de Demissão Voluntária) é uma conquista para o conjunto dos trabalhadores. Chegou ao cúmulo do presidente do Sindicato dos Rodoviários (Stetpoa), Sandro Abade, criar um grupo fechado no whatsapp, somente para trabalhadores que previamente aceitassem aderir ao PDV, sem nenhuma preocupação em apontar as armadilhas de se jogar a um PDV. E a Comissão de Funcionários (herança da reforma trabalhista de Temer), por sua vez, já havia sido iludida com as manobras do prefeito Melo no processo de privatização da Carris na Câmara de Vereadores quando orientou os trabalhadores a recuar da greve, abrindo caminho para o prefeito degolar a Cia Carris no parlamento. Agora, essa mesma comissão se conforma, de forma vergonhosa, em nota oficial, a ser a controladora da fila do PDV, para não atrapalhar o funcionamento da empresa.
Por tudo isso, defendemos a união da luta de rodoviários da Carris e de empresas privadas por todas as garagens e terminais. E devemos lutar por um sistema 100% público, controlado por trabalhadores e passageiros, para combater as traições da burocracia do sindicato, com a manutenção do cargo de cobradores e com a elevação da qualidade da oferta de serviços oferecidos. Demonstrando, como na histórica greve de 2014, que são os empresários que fazem mal para o sistema de transporte, com sua insaciável necessidade de manterem seus lucros em detrimento dos empregos dos rodoviários e das necessidades de transporte da população.
[Esse texto foi enviado ao Esquerda Diário por um rodoviário, por questões de segurança mantemos seu anonimato]
