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VAGA PARA O SUPREMO | Contra o Estado laico, Bolsonaro fala de “oração” no STF e defende nome de André Mendonça

Em entrevista para a Rádio Guaíba nessa quarta-feira (7), Bolsonaro atacou o Estado laico, confirmou indicação de nome do atual titular da Advocacia Geral da União, André Mendonça, para a vaga do Supremo e propôs "uma oração do André uma vez por semana" antes de começarem as sessões.

quarta-feira 7 de julho de 2021 | Edição do dia

A proposta de um ministro "terrivelmente evangélico" está ganhando corpo na nomeação de André Mendonça, atual titular da Advocacia Geral da União, ex-ministro da Justiça e pastor evangélico de extrema-direita.

Em entrevista para a Rádio Guaíba, o presidente afirmou: "Tenho que honrar meus compromissos e falei muito que eu o indicaria". O rito de entrada no STF depende, na verdade, do Senado. O presidente indica o nome, mas o proposto é sabatinado pelos Senadores e a própria casa decide se será escolhido ou não.

Dessa forma Bolsonaro avança em um projeto fundamentalista, ao arrepio do Estado laico, sugerindo que as sessões do mais alto órgão do poder judiciário começassem com palavras de Deus: "Eu falei um tempo atrás, como é (seria) bom, se uma vez por semana, nessas sessões que são abertas no STF, começassem com uma oração do André". André é presbiteriano.

Não bastassem as incontáveis arbitrariedades do STF e do poder judiciário em geral, a exemplo do golpe de 2016, da manipulação das eleições em 2018, da sistemática autorização de reformas neoliberais e privatizações por parte do Supremo, agora Bolsonaro quer rechear o bolo com uma pitada de fundamentalismo religioso. Mendonça também tem histórico de homofobia, como de praxe entre os subordinados do capitão

Supostamente a laicidade do Estado está prevista na Constituição de 1988, mas sabemos que, no capitalismo, entre a lei e a realidade, via de regra, há um abismo. Leia mais: O significado da Constituição de 88 e a luta por uma nova Constituinte

Por trás da retórica religiosa, no entanto, há um histórico de cumprimento de ordens antidemocráticas por parte de Mendonça. Quando ministro da justiça, cargo que ocupou após a saída de Sergio Moro, Mendonça avançou com a Lei de Segurança Nacional para perseguir opositores do governo, como foi o caso de Guilherme Boulos, líder do MTST e do PSOL, perseguido pela LSN em abril deste ano.




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