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DCE USP 2019 | Conheça o programa da chapa Uma flor rasgou a rua para o DCE Livre da USP

Contra as reformas do Bolsonaro e dos golpistas na previdência e na educação: um DCE que organize a luta aliado aos trabalhadores. Confira aqui todo o programa.

segunda-feira 5 de novembro de 2018 | Edição do dia

O governo de Bolsonaro é herdeiro do golpismo institucional que se instalou no país para atacar as condições de vida dos trabalhadores, aumentar a exploração imperialista, cortar direitos sociais e avançar na privatização dos recursos naturais e das empresas públicas. Com a lei antiterrorismo, aprovada no governo do PT, pretende criminalizar as organizações de esquerda e os movimentos sociais. Nos últimos dias, Bolsonaro fez uma articulação com a equipe do Temer golpista para aprovar a reforma da previdência e avançar com o Escola sem Partido. Com isso, quer cercear a liberdade de pensamento nas escolas e universidades implementando a cobrança de mensalidade para privatiza-las. Com seu discurso de ódio promove a violência contra as mulheres, os negros e LGBT+. Contra tudo isso, nós gritamos: Marielle, Mestre Moa, Laysa e Charlione, presentes!

O principal debate feito atualmente pelas direções petistas, incluindo a chapa Nossa Voz, é sobre a necessidade da construção de uma frente ampla pela democracia. Uma frente onde caberia desde o burguês coronelista Ciro Gomes, que foi para Europa enquanto lutávamos contra Bolsonaro no segundo turno, até os golpistas do PSBD, DEM e outros partidos do centrão que já deram sinais que são contrários a essa aliança. O PT legitima essas eleições manipuladas pelo judiciário golpista que prendeu arbitrariamente Lula e permitiu que Bolsonaro se elegesse, alimentando ilusões nas instituições burguesas, em busca de se eleger em 2022.

Para eles o papel do movimento estudantil é apenas votar ou eleger seus representantes por dentro das instituições, preferindo sentar com a reitoria ou a burocracia acadêmica, ao invés de promover espaços de auto-organização dos estudantes. Falam de unidade da esquerda, mas na prática são a direção da UNE, da Apeoesp, do sindicato de bancários e metalúrgicos do ABC e não promovem nenhuma medida unificar os estudantes, professores, bancários e operários num plano de lutas contra as reformas de Bolsonaro e os golpistas.

O processo inicial de mobilização contra Bolsonaro que surgiu em várias universidades do país nas últimas semanas, mostra a enorme potencialidade do papel que a juventude pode cumprir na luta contra as reformas dos capitalistas. A expressão política que o PSOL (chapa Transformar o medo em luta) conquistou nas eleições e com a candidatura de Boulos, e as entidades estudantis que dirigem, poderiam ser utilizados para desmascarar o papel das burocracias petistas. As ações da frente povo sem medo, composta por milhares de pessoas, não podem ser efetivas sem a exigência de que os sindicatos e entidades estudantis organizem a luta desde a base: única forma de massificar a mobilização. Sem isso, ao longo do tempo, vão gerar um sentimento de desgaste e desmoralização, cobrindo pela esquerda a tática da resistência parlamentar petista.

Por outro lado, a chapa Rebeldia, composta pelo PSTU, agora fala contra Bolsonaro tentando apagar sua defesa ao golpe institucional, a prisão arbitrária do Lula e o apoio à Lava Jato de Moro, futuro ministro de Bolsonaro. Como podem achar que dessa forma irão fazer oposição à burocracia petista e organizar os estudantes contra as reformas e os ataques que estão por vir?

Para enfrentar Bolsonaro, nossa entidade precisa ser uma ferramenta de organização dos estudantes para lutar ao lado dos trabalhadores. Defendemos uma gestão proporcional onde todas as posições sejam expressas, e que o DCE fomente o debate de ideias de forma ampla e democrática nas assembleias, comitês e plenárias. Para nós, o DCE precisa ser a ponta de lança da organização de um movimento estudantil que se coloque na linha de frente da luta contra as reformas de Bolsonaro na previdência e na educação, trazendo de volta aquele movimento estudantil que organiza milhares de jovens para lutar ao lado da classe trabalhadora, fazendo com que sejam os capitalistas aqueles que paguem pela crise.

Por uma universidade a serviço da classe trabalhadora e de toda população

Bolsonaro quer censurar e reprimir nossa liberdade de pensamento colocando os estudantes contra os professores com o Escola sem Partido. Defende a militarização das escolas, o ensino a distância e a cobrança de mensalidade nas universidades públicas. Para ele, a educação é uma mercadoria voltada aos lucros dos empresários e dos imperialistas. Querem que nossas pesquisas sirvam para aperfeiçoar as formas de exploração dos trabalhadores. Em São Paulo, esse projeto conta com o apoio de João Dória, que pretende continuar avançando com os projetos privatistas de Alckmin. Nosso DCE precisa resgatar nossa história de luta para construir um movimento estudantil que ao lado do Sintusp, defenda uma USP a serviço da classe trabalhadora e não para os empresários. Uma universidade onde o nosso conhecimento sirva para a emancipação de todos os setores explorados e oprimidos por esse sistema capitalista.

  •  Pela efetivação dos trabalhadores terceirizados com iguais direitos e salários.
  •  Em defesa do Hospital Universitário e da saúde pública.
  •  Por permanência para toda demanda, pela reabertura da creche oeste, devolução dos blocos K e L.
  •  Abaixo a repressão e punição a todos os lutadores. Fora PM do campus.
  •  Pela volta do gatilho automático, por mais contratações.
  •  Retomar a tradição de festas, atividades culturais e políticas. Por uma universidade aberta para toda população. Pela autonomia dos espaços estudantis.
  •  Contra a presença de câmeras e catracas na USP
  •  Ampliação das cotas étnico-raciais, acesso diferenciado para indígenas
  •  Pelo fim do vestibular e estatização das universidades privadas.

    Contra a herança da ditadura militar nas nossas universidades

    Se hoje os militares e a extrema direita saíram diretamente dos bueiros da ditadura para voltar à cena política atual, a herança da ditadura sempre esteve presente na USP por meio do Estatuto que rege a universidade e garante à reitoria o direito de punir os lutadores. A reitoria tenta aparentar neutralidade, mas defende o mesmo que Doria e Bolsonaro: a privatização da universidade para o lucro dos empresários. Para isso, conta com o apoio do Conselho Universitário (CO) que tem pouquíssimos representantes entre os estudantes, trabalhadores e até mesmo entre os nossos professores. A maioria é uma casta burocrática que defende seus privilégios, além de representantes da FIESP, da FECOMERCIO e outras associações de empresários. Somos contra essa estrutura de poder herdeira da ditadura militar. Para colocar a universidade a serviço da classe trabalhadora, defendemos:

  •  Uma nova estatuinte livre, soberana e democrática.
  •  Fim da reitoria e do Conselho Universitário, por uma gestão de trabalhadores, professores e maioria estudantil.

    Abaixo à censura e a repressão: não irão nos calar!

    Os estudantes foram os primeiros a se organizarem em atos, assembleias e comitês contra Bolsonaro. A resposta da extrema direita e do judiciário golpista foi invadir as universidades para retirar faixas, proibir atividades políticas e censurar campanhas da UNE. Rechaçamos todos esses absurdos, assim como a criminalização dos movimentos sociais e das organizações de esquerda. Somos a geração que ocupou escolas e universidades contra o congelamento de gastos públicos, a geração da primavera feminista que exibe orgulhosamente sua sexualidade e sua identidade negra. Não irão nos calar! Exigimos que a UNE, como a principal entidade estudantil do país, organize milhares de comitês para lutar contra Bolsonaro, tendo como primeira tarefa preparar um plano de luta contra a Reforma da Previdência e o Escola Sem Partido. Queremos ser a geração que vai derrotar as medidas dos empresários capitalistas e imperialistas contra a classe trabalhadora, na luta pela construção de uma nova sociedade livre de toda exploração e opressão.




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