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ELEIÇÕES DCE USP | Conheça as ideias da chapa Meu Canto de Guerra, para eleições do DCE Livre da USP

As eleições do DCE deste ano está marcada pela polarização política nacional, são dez chapas concorrendo a entidade, o que demonstra uma reorganização do movimento estudantil e que a politização nacional entrou na universidade. Os estudantes querem saber qual resposta o DCE vai dar a crise?

domingo 10 de abril de 2016 | Edição do dia

Hoje muitos querem entender o que está acontecendo no Brasil e atuar, mudar, revolucionar a realidade, o DCE poderia ser um catalisador e organizador dessas múltiplas vontades, transformando em uma força política coletiva! Contudo vimos a continuidade da mesma apatia. Típico rotineirismo sem paixão, onde tudo muda, mas o DCE continua como se nada acontecesse, ou seja, ficou para trás da situação nacional e do que o movimento estudantil exige e precisa.

Não é necessário dizer que vivemos um momento histórico, as atuais eleições de DCE da USP mostram isso, são 10 chapas em disputa, que não só são a representação do nível de politização na sociedade como mostram a reorganização do movimento estudantil. Todas chapas falam da crise, e a chave é: quais respostas políticas dão a ela?

Contra o impeachment verde e amarelo, a Lava-Jato da direita e os ajuste do PT!

O impeachment debatido pela direita é parte de diferentes estratégias de golpe institucional para redobrar o ajuste, que o PT já esta fazendo, contra o povo trabalhador. Pode ser diretamente pelo impeachment de Dilma, pode ser pela cassação da chapa Dilma-Temer via Tribunal Superior Eleitoral para impor novas eleições presidenciais antecipadas, e pode também seguir arbitrariedades jurídicas, que os anos de governo petista transformaram em uma força própria.

O juiz Sérgio Moro, que ganha milhares de reais e foi treinado pelos EUA, está tentando reconfigurar o sistema político com a Lava-Jato, fortalecendo o Poder Judiciário e a Polícia Federal, para aumentar o entreguismo ao imperialismo, e o STF opera como suposto arbitro, e fortalecendo medidas arbitrárias contra alguns políticos para depois voltá-las contra a juventude, a população negra e os trabalhadores.

E foi o próprio PT no governo que abriu espaço para o fortalecimento desta direita. Agora Lula mais uma vez, para tratar de evitar o impeachment, vem ligando-se com partidos reacionários como PP, PSD, PR e PRB. O que eles querem é fortalecer seu governo buscando uma saída que com a entrada de Lula como Ministro significará um governo Lula-Dilma para implementar mais ataques e com muita demagogia. Não há qualquer possibilidade de os trabalhadores e a juventude saírem ganhando com qualquer uma dessas opções.

Combater a direita, com um DCE sem governismo, combativo que defenda a educação junto aos trabalhadores

A USPINOVA é a representação estudantil da direita verde amarelo dos atos do dia 13, do Kim Kataguiri e do impeachment, resultado dessas posições nacionais é a defesa escondida de uma USP privatizada, mais elitista e restrita. Nosso combate ao desmonte da USP e a reitoria é parte de combater também essas políticas que querem disputar a juventude para uma saída a direita.

O PT, por sua vez, está chamando uma “luta contra o golpe”, os atos do dia 18 e 31 de março foram demonstrações de força, tentando desviar o sentimento legítimo de jovens que odeiam a direita e o impeachment, para uma saída que fortaleça o PT no governo. A UNE está a frente de diversos atos em universidades, para disputar os jovens para a saída petista. Essa saída hoje é representada pelas chapas “Todas as mãos” e “Levante e Lute”, composta pela Juventude do PT e o Levante Popular da Juventude.

A primeira abertamente petista, com discurso anti-esquerda, justamente porque quer acabar com qualquer resistência ao seu governo, que é sujeito dos cortes na educação. Já o Levante com um discurso de esquerda e combativo, para esconder uma política governista, não faz uma critica aos cortes do governo e a falência da Pátria Educadora, tão pouco ao papel de contenção e desvio da UNE, entidade que constroem.

Ambos falam em ativar o DCE, enquanto a UNE desde junho de 2013 é a entidade que sob direção governista serviu para manter as lutas contra os cortes na educação isoladas e impedir que o movimento estudantil explodisse como sujeito político. Como pode essas direções falarem que querem ativar o DCE? Além de separarem a luta contra o Impeachment das lutas contra os cortes, o que resulta em manter um novo governo Lula e Dilma também ajustador!

Basta de rotineirismo! Façamos como secundas de SP e RJ e os estudantes franceses

Dez chapas e todas falam do imobilismo do DCE, composto pelo Juntos, RUA (PSOL) e PSTU, justamente porque é fato inegável! Esse ano essa conformação política se desmembrou nas chapas “Fazendo Primavera” (PSOL e PCB) e “Reviravolta” (PSTU), e deixaram como herança do seu rotineirismo sem política, um espaço para a direita e para o governismo na entidade.

Nacionalmente, o PSTU e o MES (corrente de Luciana Genro e do Juntos dentro do PSOL) vem há muito defendendo posições políticas que abrem espaço para saídas burguesas para a crise. O PSTU defendendo “Fora todos e eleições gerais” e o MÊS defendendo “Lava-Jato até o final e eleições gerais”. Com uma posição que parece de esquerda encobrem sua negativa a opor-se às manobras judiciais golpistas, e ainda que muito raramente falem contra o impeachment o resultado da política de eleições gerais acaba colando-se a ala de direita que defende o Fora Dilma, e mesmo com a política agora defendida por Marina Silva e também cogitada por Renan Calheiros. O Território Livre vai no extremo dessa linha, defendendo a prisão do Lula e o Fora Dilma o que só fortalece a política de direita e por dentro do sistema político.

Por uma Assembleia Constituinte imposta pela força das mobilizações

Nós, ao contrário destas saídas, defendemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, não porque queremos reformar essa democracia, mas sim porque queremos dialogar com cada jovem que não vê uma saída simples, tem esperanças nessa democracia, mas quer mudar ela: por isso impor pelas lutas uma Constituinte que ponha fim aos privilégios dos políticos e juízes, possa punir todos os corruptos, garantir que todo político e juiz ganhe o salários de uma professora, que impeça a privatização da Petrobrás e lutar por várias demandas nossas como a legalização do aborto. Nesta luta ficará provado que nos marcos destes sistema, mesmo com uma democracia mais radical, será impossível conquistar todos nossos direitos e portanto será necessário avançar em uma luta diretamente anti-capitalista.

Por um plano de lutas que defenda a educação, contra o impeachment da direita e os cortes do PT!

Resultado de toda essa adaptação no movimento estudantil, é uma direção que não combate o regime universitário e não luta para que as pautas que sentimos dia a dia se tornem grandes batalhas por educação. Nós queremos refundar o DCE sob uma perspectiva de combate, viva, que esteja a altura da politização dos estudantes, que avance em suas demandas e prove que a juventude pode fazer história e ser a faísca para incendiar o movimento operário e assim surgir uma alternativa política independente.

Achamos que é necessário que as entidades estudantis estejam na linha de frente desta luta e por exigimos que as entidades dirigidas pela esquerda, como ANEL, mas também a UNE rompa sua subordinação ao governo e construam um movimento que combata as manobras do judiciário, o impeachment, e os ajustes do PT. Um movimento que enfrente os cortes bilionários do governo Dilma na educação, a corrupção da merenda do PSDB, lutando contra o pagamento da dívida pública pra destinar o dinheiro pra estatização das universidades privadas, permanência, cotas raciais e fim do vestibular.

Tomando o exemplo dos secundaristas, que venceram porque passaram por cima das burocracias governistas e com sua espontaneidade criadora elevaram sua luta ao patamar político conquistando apoio da sociedade. Também tomamos o exemplo dos estudantes franceses que com suas assembleias e comando nacional unificado estão se aliando aos operários nas fábricas pra enfrentar a reforma trabalhista. Essa é a prova de que é preciso ser radical, nos métodos, mas principalmente no conteúdo, com um programa que responda a esse regime de conjunto, e não resposta parciais por dentro dos mesmo.

Contra o desmonte da USP, por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre

Esses grandes objetivos são parte de forjar uma tradição no movimento estudantil que quer ser parte da história que já esta se fazendo por si. Canto de Guerra, porque queremos ecoar nossa solidariedade aos trabalhadores em luta, como na MABE e no Rio de Janeiro, queremos estar lado a lado aos secundaristas ocupados no Rio, a cada mulher, negro e LGBT. Queremos estar ao lado das mães que lutam por creches, dos alunos e professores da Escola de Aplicação e na EACH, da luta contra a desvinculação do Hospital Universitário, ao lado dos trabalhadores da USP e seu combativo sindicato que é perseguido politicamente pela Reitoria. Assim queremos incendiar essa universidade.

Por uma Universidade aberta a serviço dos trabalhadores e não das empresas e burocratas! Fim do CO! Contra a privatização!

Por isso defendemos um DCE proporcional, que consigam ligar as demandas mais sentidas pelos estudantes, como a luta por permanência, cotas raciais, mais professores, a possibilidade de realização de festas e contra a precarização das faculdades, com uma resposta radical que tire a USP das mãos de empresas e alguns burocratas – o Concelho Universitário é composto por burocratas que ganham milhões, são coniventes com o estupro de estudantes e ainda com membros da FIESP (isso mesmo a mesma FIESP que ataca os trabalhadores e da filé mignon aos direitistas) - e coloque seus hospitais, laboratórios e salas de aulas a serviço da população e dos trabalhadores.Defendemos o fim do reitorado e do Conselho Universitário, por um governo tripartite com maioria estudantil, e pela democratização radical do acesso, com o fim do vestibular.

Sabemos que a USP é uma universidade elitista, e que hoje muitos jovens tem anseio pelo estudo, e ou não entram ou precisam pagar por universidades privadas, queremos nos ligar a esses jovens, por isso defendemos cotas, porque a população negra precisa estar na universidade, e que essa luta aponte a necessidade de estatizarmos todas as universidade privadas, que lucram milhões, impor o fim do vestibular e assim garantir vaga e permanência para todos.

Pela Liberdade sexual! Um DCE que combata o machismo e lgbtfobia!
Todo apoio a ocupação da SAS, basta de assedio e opressão!

Queremos mudar radicalmente essa universidade, seu caráter de classes, colocando fora a policia, que só serve para reprimir as lutas e a juventude negra. Lutamos contra as opressões, assédios e estupros, para que toda jovem e trabalhadora tenha direito a andar livremente, a creche, que o hospital atenda a saúde da mulher, assim como defendemos o direito ao aborto seguro e gratuito, e é fundamental que desde a Universidade se construa um grande movimento pela legalização. Lutamos por uma Universidade viva, com espaços de vivencia para a juventude e emancipadora no seu ensino resgatando a história e lutas dos oprimidos.

Reitoria veio quente, nos já tá fervendo! Não a desocupação do Sintusp!

A Reitoria notificou o SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP) para que desocupe a sede que ocupa no campus da capital, desde a década de 60, no prazo máximo de 30 dias! Chamamos as chapas e os estudantes a se colocarem em luta desse sindicato que historicamente defende os trabalhadores e a educação pública




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