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LUTA PELA EDUCAÇÃO | Como os governos querem reprimir as ocupações de escolas e greves de professores

sexta-feira 28 de outubro de 2016 | Edição do dia

A repressão no Estado de São Paulo contra as ocupações tem adquirido o procedimento rápido e cirúrgico. A marca da ilegitimidade das operações da polícia militar de invasão sem mandado nas escolas, tendo exemplo das três escolas desocupadas em campinas, agora com armas em Piracicaba.

O lema é acabar com os germes das flores da primavera secundarista antes que desabrochem. No IFSP por não possuir as portarias que autorizam a entrar nas escolas estaduais e por serem administradas pela União, garantem uma relativa seguridade jurídica e institucional. As IFSP aparecem como polo mais dinâmico na conjuntura de São Paulo.

Os governos pensam muito sobre como reprimir as mobilizações e pensam suas condições. Em São Paulo, temos Alckmin com sua truculência de costume garantida pela estabilidade política do PSDB de seu bastião. Com as articulações do golpe, Alckmin consegue colocar seus homens de confiança dentro do ministério da defesa. Nas eleições da cidade de São Paulo seu pupilo Doria ganha conseguindo mais uma posição para o PSDB no centro do Estado. Com muita correlação de força política e institucional Alckmin tem muita força para reprimir.

No Paraná

Derrotado pelos professores no ano passado, Beto Richa tem menos cacife politico para uma ação de repressão. As ocupações no Paraná sozinho tem quase o mesmo tamanho das ocupações do chile em 2007 contanto com amplo apoio da população. Mesmo com a morte do aluno as ações de contra mídia seguram o contra ataque dos governos. As greves de professores e ainda ocupações nas federais moralizam mais as lutas do secundarista do Paraná.

Sem correlação de forças Beto Richa terceiriza a ação repressiva para grupos como MBL para suavizar prejuízos políticos.

No Rio de Janeiro

Em meio a crise financeira o Estado e o município amargam duros desgastes desde do começo do ano e sem base com o funcionalismo público a ação do Estado fica de mãos atadas. Em meio as eleições e possível troca de cadeiras no poder geraria uma relativa instabilidade e a transição da institucionalidade um freio para repressão. Com fenômeno Freixo, figura que se forjou na luta contra a violência policial e as milícias, vai ao segundo turno com expressiva votação gerando uma contra tendencia à ações de repressão.

Adotando medidas de repressão jurídicas, assediam dirigentes sindicais do Sinasefe, professores do colégio Dom Pedro II, vinculado aos Institutos Federais e em ocupação. A justificativa do assédio jurídico foram cartazes contra o golpe calcando-se de que as lutas das ocupações são pela educação e ao confluir a pauta política estariam as ocupações e greves “excedendo” seus direitos democráticos. Veja abaixo o vídeo-denúncia desse assédio:

Nacionalmente

Tremores institucionais no desgoverno Temer aparecem e mostram como as disputas entre as frações burguesas causam abalos na estrutura de um Estado governado por corruptos eleitos por legenda e presidente golpista. Os avanços da lava-jato sobre algumas figuras da presidência instabilizam ainda mais. Conflitos entre senado e STF aparecem.

O conflito dentro da cúpula indica fragilidade, mas tomam unidade a cúpula para garantir o ajuste fiscal. Preparando-se para uma possível greve de professores nacional que poderia tomar as lutas da educação contra a PEC e a MP algo fora de proporções, o STF autoriza corte de ponto de servidores grevistas armando o circo contra qualquer movimento dos professores.

Outro fator é a iniciativa da Senadora Rose Freitas de restringir o direito a greve dos professores. Dois ataques jurídicos combinados, um que possibilita retaliação interna por parte das secretarias de educação e o outro é um ataque externo que possibilitará Estados a proibirem as greves na educação.




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