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ATOS CONTRA IMPEACHMENT | Como foram os atos contra o impeachment do dia 15/04?

Segundo os próprios organizadores, as ações se deram ao longo de 18 Estados do país. Não se sabe ao certo o número de manifestantes, mas o MST afirma que cerca de 62 mil Sem Terras compuseram essas ações. A Frente Brasil Popular é construída por 60 entidades dos movimentos sindical e social, além dos partidos PT, PC do B e PDT. O conteúdo dos atos se resumia ao apoio a presidente Dilma Rousseff, a “defesa da democracia”, e a “luta contra o golpe” representado pelo impeachment em curso no país.

sábado 16 de abril de 2016 | Edição do dia

(Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)

O MST foi um dos principais articuladores dos cortes de rodovia. Além da luta contra o golpe, levantavam a bandeira da Reforma Agrária, assim como dedicaram o dia à memória do Massacre de Eldorado dos Carajás, que completa 20 anos no próximo dia 17, no qual 21 sem-terra foram assassinados pela ação policial.

“Nossa luta hoje é em memória aos 20 anos de impunidade do assassinato dos trabalhadores rurais Sem Terra em Eldorado dos Carajás, no Pará. Essa impunidade reaviva cada vez mais a violência no campo que está presente em todas as nossas regiões, onde o agronegócio continua matando e massacrando Sem Terra”, disse José Roberto Silva, da direção nacional do movimento.

(imagem de corte de rodovia no Alagoas)

No Paraná, 8100 assentados e acampados da Reforma Agrária, trancaram rodovias estaduais/federais e liberaram pedágios no início da manhã. As ações aconteceram nas regiões de Carambei, Mauá da Serra, Nova Laranjeiras, Cascavel, Curitiba, São Miguel do Iguaçu e Jacarezinho.

Em Alagoas, 20 trechos de rodovias em todo o estado foram paralisados pelo MST juntamente com movimentos do campo que, com bandeiras e palavras de ordem, denunciaram a violência e a impunidade. Do Sertão ao Litoral de Alagoas, mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras rurais bloquearam trechos da BR 101 nos municípios de Teotônio Vilela, Junqueiro, Atalaia, Flexeiras e Joaquim Gomes, além disso, aconteceram bloqueios nas cidades de Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Piranhas, Girau do Ponciano, Cajueiro, Novo Lino, União dos Palmares, Murici, Campo Alegre, Maragogi, Matriz do Camaragibe, São Luiz do Quitunde e em Porto Calvo.

Um dos maiores protestos contra o impeachment aconteceu na capital baiana. Em Salvador, ao menos 2.700 ônibus urbanos não deixaram as garagens das empresas devido a um ato em apoio à presidente, nesta madrugada.

Pela tarde, 16 mil pessoas, nos cálculos da PM, e 30 mil, segundo os manifestantes, foram às ruas no centro da cidade pela tarde. Cedro Silva, presidente da CUT, considerou a manifestação "um sucesso" - sem que tenha pronunciado um pio sobre um plano de luta contra o impeachment e os ajustes, mantendo seu papel traidor e de divisão da classe trabalhadora - e disse que espera 200 mil pessoas no próximo domingo (17) no ato pró-Dilma que acontecerá em frente ao Farol da Barra. "Já viramos o jogo na sociedade, mudamos a opinião pública. O povo não quer o golpe, o povo quer Dilma governando até 2018", disse.

(Foto: Natally Acioli/ G1 BA)

Confederação Nacional de Agricultura

Cerca de 1000 militantes do MST e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizaram protesto em frente à Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Símbolo do agronegócio, a CNA é reconhecida por suas inúmeras defesas ao latifúndio e é cúmplice com a violência no campo. Inclusive, favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, a CNA está tentando mobilizar 20 mil produtores rurais para estarem na Esplanada dos Ministérios neste domingo (17), dia da votação no plenário da Câmara dos Deputados do processo de impedimento da petista.

"O modelo de agricultura defendido pela CNA é baseado no uso de venenos, que contamina a nossa alimentação. Incentiva a agricultura voltada para commodities, que não alimenta o povo brasileiro e ainda trabalha contra várias políticas de reforma agrária, através da sua atuação por lobby", explica Atiliana Brunetto, integrante da coordenação nacional do MST.

São Paulo

Cerca de cem manifestantes interditaram, totalmente, a Rodovia dos Imigrantes, com bloqueio na altura do quilômetro 16, próximo à cidade de Diadema, no sentido capital paulista. O ato foi convocado pela CUT para denunciar a ilegalidade do processo de impeachment da presidente. O bloqueio com pneus também aconteceu na Avenida Washington Luiz.

Segundo a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta/Imigrantes (SAI), por volta das 7h15, a Polícia Rodoviária estava desobstruindo duas faixas à esquerda. Em consequência do bloqueio, há lentidão de três quilômetros, entre os quilômetros 21 e 16.

Outra manifestação de um pequeno grupo ocupa a faixa da ciclovia e a calçada da Ponte das Bandeiras, no centro da capital paulista, onde os ativistas estenderam uma faixa com os dizeres: Fora Cunha, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Universidade

Segundo o Sindifes (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino), cerca de mil pessoas, entre professores, estudantes e técnico-administrativos se reuniram na tarde desta sexta (15) em frente à portaria da av. Antônio Carlos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e realizaram um ato contra o processo de impeachment.

Os dois sentidos da BR-050 foram liberados por volta das 10h desta sexta-feira (15), depois que cerca de 300 manifestantes sem-terra e sem-teto bloquearam a rodovia próxima ao assentamento do campus Glória, que pertence à Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Com informações do MST/Folha de São Paulo/Brasil de Fato

Declaração Esquerda Diário

Em nota, Diana Assunção, diretora do Sindicato de Trabalhadores da USP declarou que: “Os atos do dia de hoje não são capazes de derrubarem o golpismo institucional que é o impeachment em curso nos dias de hoje. Isso porque é impossível derrotar o impeachment sem opor uma séria resistência aos ajustes do governo federal e dos estados e municípios com os métodos da luta de classes. Controlados pela burocracia sindical, traidora e que vende os interesses dos trabalhadores, subserviente ao governo, não levanta um plano de combate aos ataques que o governo do PT tem implementado, como a Reforma da Previdência, a Lei Antiterrorista, os bilhões cortados da educação e da saúde, nem mesmo propõem uma luta séria contra as milhares de demissões em curso pelas patronais. Lula trata de negociar cargos e disputar em fisiologismo com o PMDB: não se barrará o impeachment e a ofensiva da direita comprando parlamentares corruptos. É preciso colocar adiante um urgente plano de luta e paralisações dos sindicatos contra o golpe e os ajustes, portanto que seja, sem titubear, uma alternativa independente de qualquer governo e da direita. Para isso é também necessário que os setores ligados à CUT, a CTB, o MST, a UNE, e demais entidades relacionadas ao governo do PT rompam sua subordinação a ele, convocando assembleias de base nas categorias para que os trabalhadores possam planejar democraticamente os passos do combate. Sem uma ligação desses dois eixos é impossível que surja um movimento verdadeiramente forte que tenha como sujeitos aqueles que o governo e a direita tem usado para descarregar a crise econômica, a mesma que esses sujeitos não criaram!”.




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