O Esquerda Diário conversou com a diretora do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Fernanda Peluci sobre as condições sanitárias de trabalho no Brasil e os riscos de contaminação por Coronavírus. A metroviária afirma: Os trabalhadores são os que podem dar saída para essa crise e desde já devem começar a discutir Comissões de Higiene e Segurança Sanitária em cada local de trabalho.”
quinta-feira 18 de março de 2021 | Edição do dia
“Já são mais de 280 mil mortes, e tudo indica que iremos bater 300 mil mortes. Isso é um absurdo! Não é responsabilidade dos trabalhadores, o Dória e outros governadores fazem a propaganda do ‘Fique em casa’ mas é em seu estado e no RS, os dois governados pelo PSDB, que tivemos os maiores números de mortes dos últimos dias, falam do ‘lockdown’ mas mantém escolas e outras diversas atividades não-essenciais abertas. Os trabalhadores têm que seguir trabalhando, na verdade, as medidas desse lockdown, só caem na população mais pobre. Não garantem leitos, testes massivos e aqui no Metrô, não tem um plano de contratações, mantendo um regime precário e mais exposto à contaminações, tentam ainda impor mais terceirizações.
Ontem, fiquei sabendo por um companheiro petroleiro, que dois trabalhadores da refinaria da Petrobras na Bahia morreram de covid recentemente, além de mais 80 casos em todo país. A direção da empresa mantém uma política que causa aglomerações nos locais de trabalho e esconde os números de terceirizados contaminados, isso em meio a um agravamento da pandemia, algo que todos estamos vendo. Bolsonaro e os militares junto com todo esse regime do golpe, são os responsáveis pelas mais de 2000 mortes diárias.
Para mim, é fundamental que se enfrente todo esse regime do golpe, os trabalhadores são os que podem dar saída para essa crise e desde já devem começar a discutir Comissões de Higiene e Segurança Sanitária em cada local de trabalho. Uma comissão de auto-organização dos trabalhadores, para que nós próprios possamos discutir medidas que diminuam os riscos à contaminação e estejamos mais fortes para exigir das direções, seja dos sindicatos e das centrais ou das empresas, as medidas necessárias. É asqueroso, o que o Dória faz não dando vacinas aos professores do estado e a nós metroviários, ou cada empresa não liberando seus trabalhadores de grupo de risco com salários garantidos. É para isso que nos organizamos! Os sindicatos, como dos petroleiros, dirigido pelo PT, ou do Metrô em que o PCdoB dirige, deviam estar dando essas batalhas, impulsionando a auto-organização e enfrentando, Bolsonaro, Dória e todo o regime do golpe.” declarou Fernanda Peluci.
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