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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Apostando na inércia das centrais, deputados querem aprovar relatório da previdência em abril

terça-feira 4 de abril de 2017 | Edição do dia

Foto: Deputados Arthur Maia, relator da Comissão Especial da reforma da Previdência e Carlos Marun, presidente da Comissão (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência, anunciou o adiamento da apresentação do relatório na comissão especial que discute o tema para a quarta-feira, dia 12. A aprovação do texto pela comissão deve ocorrer após o feriado da Páscoa.

O governo Temer vem tentando diversas ações para convencer os parlamentares a aprovar a Reforma da Previdência sem alterações, como tem ocorrido com os banquetes luxuosos, a recente liberação de recursos para as emendas parlamentares de responsabilidade dos partidos da base aliada, e outras trocas de favores. No entanto, o deputado Arthur Maia afirmou que ainda existem resistências por parte das bancadas aliadas em aprovar a PEC 287 da forma como está. O deputado irá se reunir com as bancadas dos partidos da base aliada para convencimento e negociação de emendas.

Apesar disso, segundo Maia, existe um enorme número de parlamentares que apóiam um dos eixos centrais da reforma, que é o estabelecimento da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentar. O deputado defende que não deve haver nenhum tipo de alteração neste ponto, e declarou que não pretende mudar isso no relatório que irá apresentar no dia 12.

O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), declarou que a aprovação na comissão deve ocorrer na segunda quinzena de abril, dizendo que não quer “comemorar o Dia do Trabalhador sem isso ser aprovado”.

Existe uma preocupação por parte dos parlamentares em se indispor mais ainda com a população tendo em vista a proximidade das eleições de 2018 e as mostras de resistência que os trabalhadores estão dando. Mostra disso foi a tentativa de manobra de Temer ao passar a responsabilidade da aplicação da reforma das aposentadorias de servidores públicos para os municípios e estados. Essa manobra foi uma reação do governo às massivas manifestações e paralisações que ocorreram no 15M.

As mobilizações do dia 31 de março foram mais uma mostra da disposição para a luta contra os ataques em curso. As centrais sindicais convocaram uma nova paralisação nacional para o dia 28 de abril, sem colocar um plano de construção real da greve geral, e colocando mais para frente um combate que não pode ter pausa. É evidente que o governo quer passar o quanto antes as reformas e que teme o potencial de mobilização dos trabalhadores, como fez com a aprovação da terceirização. Somente com uma ampla mobilização pela base é que é possível frear os ataques.




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