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GREVE MUNDIAL PELO CLIMA | Começa a greve pelo clima: ecologistas, estudantes e sindicatos se manifestarão em todo o mundo

Entre os dias 20 e 27 deste mês, haverá manifestações e ações em todo o mundo. Nesta nota, mostramos quais são as principais reivindicações e quem são os protagonistas.

sexta-feira 20 de setembro de 2019 | Edição do dia

“Em milhares de eventos que ocorrerão de 20 a 27 de setembro, milhões de nós deixarão nossas salas de aula, locais de trabalho e casas para nos unir nas ruas e exigir ação climática”, diz a organização Fridays For Future (Sextas-Feiras pelo Futuro).

Em 185 países e em torno de 2300 cidades, haverá manifestações, concentrações e atividades no chamado que se estende em redes sociais como #WeekForFuture e #SemanaPeloFuturo no marco de uma "greve mundial pelo clima" (#climatestrike), com paralisações estudantis e de trabalhadores, entre outras formas de protesto.

As maiores manifestações são esperadas na Europa e nos Estados Unidos, enquanto no hemisfério sul no Brasil, na Austrália ou na África do Sul são alguns dos países em que o movimento segue crescendo. Também ocorrerá em outros países como Argentina.

A convocação promovida por movimentos como “sextas-feiras para o futuro”, “rebelião de extinção”, bem como centenas de organizações ambientais e ecologistas em diferentes países, exige que os governos declarem a emergência climática e medidas urgentes para frear a crise ambiental.

Um dos lugares centrais dos protestos será a cidade de Nova York, onde se espera que um milhão de estudantes participe da marcha que será realizada três dias antes da Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas, que ocorrerá na cidade.

A Cúpula das Nações Unidas procura mostrar alguma iniciativa dos governos de algumas das principais potências globais, mas a verdade é que elas não foram além da intenção. Os acordos de Paris, que buscavam um compromisso de reduzir a emissão de gases poluentes, foram prejudicados pela chegada de novos atores, como Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos - e conhecido negador da mudança climática - e Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, que vêm implementando políticas contrárias aos acordos da COP21, levando até a dizer que tirarão seus países dos compromissos dessas reuniões.

Nestas cúpulas oficiais, se apresenta como única alternativa aos governos que negam a crise climática um “capitalismo verde”, como se a resposta pudesse nascer das entranhas do mesmo sistema que a produziu. Governos e organizações que trabalham ao lado de empresas de petróleo como a Shell ou a Exxon, com mineradoras poluentes como a Barrick Gold ou megacorporações como Walmart, Cargill ou Monsanto, colaborando com o saque de recursos naturais em todo o planeta sob cobertura "ambientalista".

O oposto é visto no movimento contra a mudança climática adquirindo um forte caráter juvenil e desenvolvimento internacional com mobilizações e convocatórias simultâneas em diferentes países, com ações conhecidas como “sextas-feiras verdes” que enchem com estudantes as praças das principais cidades do mundo.

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La crisis ecológica pone en peligro de extinción a más de un millón de especies. ⠀ ⠀ ¿Puede haber sustentabilidad en un sistema económico irracional? Bajo el capitalismo, el calentamiento global, la acidificación de los océanos, el aire y la contaminación del agua, la deforestación, la extinción de las especies, etc., son el resultado necesario e inevitable de anteponer los beneficios económicos de una minoría acaudalada a la sostenibilidad de la vida.⠀ ⠀ El Informe de Evaluación Global del IPBES sobre Biodiversidad y Servicios de los Ecosistemas es el más exhaustivo jamás completado. Para acceder a sus claves: link en bio.⠀ ⠀ #ClimateChange #Climate #CrisisClimática #CambioClimático #Ecología #medioambiente #ClimateBreakdown #EcologicalBreakdown #EcologicalCrisis #Ecology ClimateCrisis #World #Nature #GlobalWarming #GlobalWarming #FridaysForFuture #TheresNoPlanetB #Capitalismo #Anticapitalismo #Nature #Science

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Os organizadores dos protestos enfatizam que a crise climática “é uma conseqüência de um modelo de produção e consumo que se mostrou inadequado para atender às necessidades de muitas pessoas, o que coloca em risco a nossa sobrevivência e impacta de maneira injusta principalmente as populações mais pobres e vulneráveis do mundo". É o capitalismo que destrói o planeta.

As mobilizações que começam nesta sexta-feira mostram a iniciativa de unir milhões de jovens com trabalhadores e movimentos sociais. Um exemplo será visto na França, onde os “coletes amarelos” apoiaram a greve pelo clima. Nesse país, sem dúvida, uma das lições que a luta dos “coletes amarelos” deixou é que a “transição ecológica” não pode cair sobre os ombros da classe trabalhadora e dos setores populares.

Há também outros exemplos importantes de unidade entre o movimento ambiental e os setores de trabalhadores, como o estaleiro Harland e Wolff, na Irlanda, onde foi construído o Titanic, que foi declarado falido, mas seus trabalhadores tomaram as instalações e exigiram sua nacionalização e que o uso de energia limpa fosse implementado. Ou os apelos aos sindicatos e setores de trabalhadores para chamar a Greve do Clima, como está sendo feito em Portugal, Alemanha ou Estado Espanhol.

A greve climática começa a mostrar que, diante de uma perspectiva absolutamente irracional para a qual o capitalismo está levando, é evidente a necessidade de aprofundar medidas drásticas e urgentes. Mas isso não pode depender da boa vontade dos governos das potências imperialistas que são os principais responsáveis ​​pelo desastre atual, nem das novas agendas promovidas pelas grandes corporações e pelos partidos que promovem o "capitalismo verde".




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