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CORONAVÍRUS | Comando do Exército é alvo de investigação de superfaturamento com cloroquina

Ministério Público pede que TCU investigue suspeita de compra superfaturada de cloroquina pelo Comando do Exército, e também será averiguado se o presidente Bolsonaro tem alguma responsabilidade pela compra.

sexta-feira 19 de junho de 2020 | Edição do dia

O ministério Público solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) a abertura de uma investigação sobre o possível superfaturamento na compra sem licitação de matéria-prima para medicamentos à base de cloroquina e também investigar o aumento da produção desses produtos em até 84 vezes pelo o Comando do Exército. A procuradoria também irá averiguar a possibilidade do presidente Jair Bolsonaro ter alguma responsabilidade no caso.

No pedido, o procurador, Lucas Furtado, menciona reportagens que indicaram que, em um ano, o preço pago pelo Comando do Exército pela matéria-prima para cloroquina aumentou seis vezes. Na maior parte, esse aumento vem sendo atribuído ao aumento dos preços do insumo internacionalmente, custos de frete e etc. Também foi citado uma reportagem que mostra que entre março e abril deste ano, o Exército aumentou em 84 vezes a produção da cloroquina com parte das medidas do governo federal para o combate à pandemia. A procuradoria afirma que mesmo com as flutuações causadas durante a pandemia, o aumento enorme dos valores, indica superfaturamento.

A cloroquina tão defendida por Bolsonaro para o tratamento da Covid-19, que teve sua aprovação para o tratamento da doença mesmo sem comprovações científicas que aprovem sua eficácia foi recomendada pelo ministro interino da Saúde, General Pazuello, para pessoas com sintomas de Covid-19 que ainda não possuem diagnóstico da doença confirmado. O tema já causava discordância entre seus ministros da saúde anteriores, Luis Henrique Mandetta e Nelson Teich, que não eram favoráveis ao uso ampliado do medicamento, mas que endossaram a total falta de medidas eficazes de combate a pandemia por parte do governo. Só para lembrarmos de um episódio, no começo da crise sanitária, Mandetta havia dito que testagens em massa da população era um desperdício de recursos.

O envolvimento do Exército que agora está também no comando do Ministério da Saúde em esquema de superfaturamento com Cloroquina é algo escandaloso, ainda mais em que o General Pazuello autorizou o uso do medicamento, mesmo com vários estudos mostrando a sua ineficácia. Assim como não é de hoje, os inúmeros escândalos de corrupção que os militares estiveram envolvidos. Muito o oposto que a extrema direita prega para ocorrer uma intervenção militar contra a corrupção.

Outro escândalo que possa ter o envolvimento de Bolsonaro que tanto propaga pelo uso da cloroquina sem bases científicas. No mesmo dia que estoura o escândalo que Queiroz estava esse tempo todo escondido na casa do advogado dos Bolsonaros, escândalo esse que veio a tona com o início da operação de apreensão iniciada pelo STF, no marco da disputa entre as alas do governo.




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