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PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO | Com lucros bilionários, Caixa arregaça as mangas pra terceirizar

sexta-feira 4 de agosto de 2017 | Edição do dia

Nesta quinta, dia 03, a Caixa baixou as novas regras para contratação de bancários temporários para as atividades meio e atividades fins do banco. As novas regras tem como base a lei que permite a terceirização irrestrita e também a reforma trabalhista que liberou o trabalho intermitente.

Isso vai significar escancarar as portas já abertas para a terceirização, aprofundando a precarização ao prever a contratação de bancários temporários por um período de 6 meses, podendo o mesmo trabalhador anteriormente contratado ficar à disposição da Caixa após o desligamento mínimo de 90 dias.

O trabalho terceirizado já era uma realidade no cotidiano bancário, seja dentro das agências e departamentos: na limpeza, vigilância, telefonia, recepção, manutenção, estagiários; seja fora: através da larga escala dos correspondentes bancários e lotéricos.

A terceirização, que já vinha ganhando cada vez mais espaço nos governos petistas, agora vai chegando a níveis de generalização do trabalho precário.

A combinação entre os últimos PDVs (com corte de 10 mil funcionários) mais o trabalho intermitente da reforma trabalhista, mais a aprovação da terceirização irrestrita são algumas das cerejas do bolo do banquete golpista. E neste, o prato principal é a carne moída dos trabalhadores.

Não podemos olhar como uma mera coincidência essas novas regras terem saído no dia seguinte da votação hedionda que safou o golpista Temer da condenação. O curso das reformas saiu fortalecido e a direção da Caixa já se sentiu muito à vontade pra escolher o que iria devorar no "cardápio" oferecido pela reforma trabalhista.

Isso ajuda a tornar cristalino que o foco mesmo da Lava-Jato e da demagogia do Congresso nunca foi o combate a corrupção, mas sim a aplicação das reformas da previdência e trabalhista. O que safou Temer por ora foi sua vitória na aprovação da reforma trabalhista, que contou com a conivência direta da Força Sindical e também de CUT e CTB, que traíram abertamente a greve geral do dia 30 de junho

Por isso, não devemos ter nenhuma ilusão de que partirá das direções sindicais de CUT e CTB a resposta a altura desse nível de ataques. A traição da greve do dia 30 não deixa dúvidas de que os interesses deles estão voltados para Lula 2018, enquanto a porteira vai ficando aberta para todo tipo de ataque.

Essas direções sindicais só se mexem, a contragosto, na pressão de uma insatisfação dos trabalhadores que comece a se transformar em auto-organização tomando corpo em cada agência, área meio, escola, estação, garagem, fábrica.

Nesse sentido, não dá mais para os bancários se verem por fora de poder realmente travar uma batalha contra esses obstáculos e mais, contra as reformas e contra as divisões cada vez mais profundas entre efetivos e terceirizados.

Não é o momento de sentar, chorar e achar que já era. Muito pelo contrário, é hora de ir pra cima.




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