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Com estudantes ainda sem cesta básica, Pedro Fernandes termina audiência em churrascaria

Em audiência da Comissão de Educação da ALERJ que discutiu a falta e insuficiência na distribuição de cestas básicas as famílias dos estudantes da rede estadual nesta sexta, realizada em videoconferência, o secretário de educação tentou se esquivar do fato de que está contribuindo para o aumento da fragilidade da população diante da pandemia do corona vírus, enquanto cinicamente terminou o evento em uma churrascaria.

sábado 11 de julho de 2020 | Edição do dia

A audiência da Comissão de Educação da ALERJ integrou além de deputados, representantes da Ouvidoria Pública, do Conselho Estadual de Educação, além do secretário de educação. A audiência versou sobre diversos temas, como as recentes denuncias de desvio de verbas de compra de alimentos, além da flagrante situação de vulnerabilidade da população diante da pandemia, agravada pelo fato de que as famílias dos estudantes ficaram sem receber, ou receberam de forma insuficiente, auxílio para alimentação.

No início da quarentena nas escolas, ainda em Abril, a secretaria de educação impôs de forma autoritária e sem qualquer debate uma modalidade de Ensino a Distância, antes mesmo de planejar sequer como ficaria a assistência as famílias que dependem da alimentação escolar, uma conquista dos estudantes que lhes foi negada durante este período. E durante o período que se seguiu a secretaria se preocupou apenas em “fiscalizar a aplicação de conteúdo” ou a “presença dos alunos”, antes mesmo de haver qualquer planejamento pedagógico e enquanto os estudantes, já desassistidos e sem ter acesso a alimentação da escola, sequer tinham acesso a internet.

Quando se tornou por demais escandalosa esta situação, a SEEDUC autorizou um processo extremamente insuficiente de alimentos, alegando falta de orçamento, que na impossibilidades de serem chamados de cesta básica foram tratados cinicamente como “kits alimentares”. É importante destacar também que neste mesmo período a SEEDUC gastou recursos com a impressão de uma quantidade absurda de apostilas “autorreguladas” para alunos sem acesso a internet, um total absurdo pedagógico, além de uma programa de televisão na rede Bandeirantes. Como se todo esse descaso não bastasse, o secretário ainda discute a abertura das escolas em um momento em que a epidemia ainda não está sob controle no estado do Rio de Janeiro.

A prioridade para estudantes e professores neste momento deve ser a proteção a vida e não a manutenção de uma agenda conteudista descolada da realidade para a escolas, e isso passa por dar acesso não somente a alimentação, mas também a meios efetivos de proteção contra a pandemia como informações corretas, testagem e materiais de proteção. É muito simbólico que em meio a todas as denúncias Pedro Fernandes termine a sua participação na audiência em uma churrascaria: para a burguesia a vida e a morte da população não importa, contanto que sirvam para manter os seus privilégios.




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