A Unifesp pode fechar as portas em setembro devido aos cortes orçamentários do governo Bolsonaro aprovados em abril pela Câmara, aplicados a partir da nova Lei Orçamentária Anual. Nas últimas semanas, vêm se expressando uma indignação geral entre os estudantes diante de tamanho ataque contra a educação. Para este sábado (29), estão marcadas manifestações por todo o país.
quinta-feira 27 de maio de 2021 | Edição do dia
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Ao todo, 20,6% do orçamento da instituição é afetado. O corte, que ameaça o funcionamento de várias outras federais pelo país, é justificado pelo MEC bolsonarista como uma medida necessária para respeitar a lei do Teto de Gastos, que destina as verbas federais ao pagamento da dívida pública e aos privilégios de políticos, juízes e militares.
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O valor do orçamento que resta, subtraindo os cortes, é compatível ao de 2009, quando a Unifesp não tinha nem a metade de seus alunos e das estruturas que possui hoje (salas de aula, prédios, laboratórios, etc).
De acordo com a pró-reitora de administração da Unifesp, Tania Mara Francisco, o montante disponível seria de R$21,1 milhões para 2021, uma queda de mais de 40 milhões de reais, comparados aos cerca de R$66 milhões liberados em 2020. Nos últimos anos, as universidades federais por todo o país vêm sofrendo uma queda em seu orçamento.
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A lei do Teto de Gastos, imposta pelo governo golpista de Temer e o Congresso em 2016, é a justificativa central dessa queda vertiginosa. O governo Bolsonaro, que sempre deixou claro o seu ódio pela educação superior pública, deu continuidade ao projeto de precarização, desmonte e privatização do ensino superior público.
Para continuar desviando as verbas pagas em especial pela população mais pobre para os bolsos de banqueiros e especuladores através da dívida pública, ao mesmo tempo que aumenta os próprios salários do governo em 69%, o regime político está disposto a precarizar e elitizar a já excludente educação superior pública brasileira.
Rumo ao dia 29: vem com o Esquerda Diário e a Juventude Faísca contra Bolsonaro e Mourão
É necessário, diante de toda a disposição de luta que a juventude e os trabalhadores estão demonstrando, que a UNE e também as centrais sindicais como a CUT, dirigida pelo PT e a CTB, dirigida pelo PCdoB, unifiquem as pautas do dia 29, colocando milhares nas ruas para gritar “Contra os cortes, reformas e privatizações.
Fora Bolsonaro e Mourão”. E que esse dia seja o primeiro de um plano de lutas, que seja construído pela base com assembleias chamadas pelos DCEs e Centros Acadêmicos por todo o Brasil. Só a nossa auto-organização é capaz de barrar todos esses ataques.
Para construamos um forte plano de lutas a partir do dia 29, temos que nos inspirar no levante negro dos EUA, o Movimento Negro do Brasil e tantos outros exemplos de luta internacional. Enquanto a luta de classes internacional ganha a cena de Myanmar à Palestina, passando por mais um terremoto em nosso continente, com o povo colombiano contra os ajustes de Duque, os ares podem estar mudando no Brasil.
É com essa perspectiva que nós do Esquerda diário e da Juventude Faísca estaremos nas ruas em vários estados e chamamos todos vocês a irem conosco. Confira abaixo onde teremos bloco:
São Paulo - MASP 16h
Rio de Janeiro - Monumento Zumbi dos Palmares 10h
Belo Horizonte - Praça da Liberdade 10h
Brasília - Museu Nacional 9h
Campinas - Largo do Rosário 10h
Natal - Shopping Midway 15h
Porto Alegre - Prefeitura 15h
Recife - Praça do Derby 9h
Vitória - UFES 15h