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DEMISSÕES | Com aval de Bolsonaro fábrica no Ceará demite 1,8 mil em plena pandemia do coronavírus

A empresa Democrata Calçados decidiu paralisar temporariamente as atividades de duas fábricas no Ceará e descarregar a crise nas costas de seus trabalhadores com demissão de cerca de 1,8 mil funcionários, em plena pandemia do coronavírus. Casos como esse que estão ocorrendo em todo país são fruto do descaso de Bolsonaro com os trabalhadores.

sexta-feira 3 de abril de 2020 | Edição do dia

Só na cidade de Santa Quitéria (CE), em que a empresa já está há 14 anos, foram demitidos 1.146 funcionários, de um total de 1.178. Grávidas, integrantes da Cipa e sindicalistas, que possuem estabilidade, ficaram de fora.

Os outros 700 trabalhadores demitidos, de acordo com o Sindicato dos Sapateiros do Ceará, são da fábrica de Camocim, onde metade da produção é destinada aos EUA. Segundo informações do diretor industrial Samuel Pimenta na Rádio Itataia, porque o presidente Donald Trump decidiu fechar o país até 30 de abril, a empresa decidiu suspender também as atividades em Camocim.

Esse tipo de cenário demonstra o que é avalizado por Bolsonaro e aprovação da MP 936 na última quarta (1), que é uma continuação da MP 927 para privilegiar a patronal e acabar com as perspectivas e necessidades da classe trabalhadora. Entenda aqui como essa medida é um ataque de Bolsonaro contra nossas condições de trabalho e vida.

O governador do estado do Ceará, Camilo Santana (PT), também se colocou ao lado dos empresários com a aprovação de um pacote de apoio às empresas, que prevê isenção de todo tipo. No fundo, Camilo Santana faz coro com a política de Dória, governador de SP, que se diz estar em combate à pandemia, mas beneficia os empresários.

Veja mais: Camilo Santana (PT-CE): Tudo para os empresários nada para a saúde dos trabalhadores

É o descarrego de uma crise dos capitalistas que a pandemia escancarou e que mais uma vez Bolsonaro, os governos e os empresários não medirão esforços nem que seja para fazer com que a classe trabalhadora pague por ela com demissões.

Nesse embate entre classes, é necessário impor uma saída que seja da classe trabalhadora. Contra os ataques de Bolsonaro, dos empresários e toda a corja, a organização dos trabalhadores e da juventude para verdadeiramente enfrentar a pandemia e exigir medidas emergenciais mínimas - testes massivos são a primeira e essencial urgente medida a ser tomada para pararmos de navegar de olhos vendados, sabendo o número real de casos e mortes para que assim possamos de fato combater a doença.

Além disso, é urgente a proibição das demissões, o exato oposto do que faz Bolsonaro, da garantia de Equipamentos de Proteção Individual, respiradores, centralização dos sistemas de saúde pelo Estado. Só assim os trabalhadores podem tomar de vez em suas mãos o controle para que os recursos do país sejam voltados para a resolução da crise e não para beneficiar empresários, exigindo a revogação do Teto de Gastos, a taxação das grandes fortunas e o não pagamento da dívida pública.

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