Capitalismo grotesco | Com Brasil em 5º no ranking de feminicídio, Taurus lança pistola para "comemorar" 8 de março

Imagem: Divulgação

A arma tem gravada a expressão "mulheres fortes", em inglês, e customização com flores feitas a laser.

No ano passado, lançou uma versão especial cor-de-rosa do modelo 85 UL.

A venda dessa arma e os objetivos dessa campanha são deploráveis, pois como sabemos, as mulheres sofrem diariamente a violência brutal do machismo e do patriarcado, enquanto empresas como a Taurus lucram rios de dinheiro com toda a violência da sociedade capitalista, mostrando todo o cinismo e hipocrisia dessa campanha, já que as mulheres, em especial as mulheres negras, são um dos setores que mais sofrem com a violência cometida por meio das armas, como já ocorreram em diversos casos de feminicídio.

Vale lembrar que o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de Feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos (ACNUDH). O país só perde para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia em número de casos de assassinato de mulheres. No Brasil se mata 48 vezes mais mulheres que o Reino Unido, 24 vezes mais que a Dinamarca e 16 vezes mais que o Japão ou Escócia.

O Mapa da Violência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que o número de mulheres assassinadas aumentou no Brasil. Entre 2003 e 2013, passou de 3.937 casos para 4.762 mortes. Em 2016, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no país.

A maioria dos crimes de feminicídio no Brasil foi cometida por maridos e namorados das vítimas. Muitas das mulheres assassinadas por seus companheiros já recebiam ameaças ou eram agredidas constantemente por eles. Os agressores se sentem legitimados e creem ter justificativas para matar, culpando a vítima.

●Feminicídio no Brasil cresce com 1.338 casos registrados em 2020

● Plano Emergencial já: Pernambuco tem aumento de 23% nos casos de feminicídio em 2021

● No RJ, 75% dos feminicídios ocorreram dentro de casa no ano passado (2020)

Além disso, a campanha busca claramente alimentar o reacionarismo da direita e da extrema-direita brasileira, que tem uma sanha nojenta pelo porte de armas, com seu velho discurso de "bandido bom é bandido morto" entre outras atrocidades, sempre fustigadas por Bolsonaro e sua corja, buscando eliminar os negros, os indígenas e demais setores oprimidos, em um claro teor racista e higienista, de eliminação dos setores oprimidos.

O elitismo também é marca dessa campanha, já que as armas no Brasil são vendidas a um preço acessível apenas para as camadas mais ricas e abastadas da sociedade, justamente com o objetivo odioso de armar as elites contra a classe trabalhadora e o povo pobre, com o objetivo sanguinário de reprimir a nossa classe e impedir que nos auto-organizemos politicamente contra essa sociedade de classes, ameaçando a destruição do sistema capitalista por meios revolucionários.

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Esse 8 de Março também é dia de lutar contra essas expressões repugnantes da burguesia de se apropriar da luta das mulheres e dar à ela um caráter reacionário, como faz a Taurus, buscando desviar a nossa luta, que precisa neste dia tomar as ruas e deixar claro que somente a força das mulheres trabalhadoras e jovens, auto-organizadas em seus locais de estudo e trabalha é que pode derrotar aqueles que querem manter o machismo e o feminicídio à serviço dos interesses mais obscuros do capitalismo, além dos ataques mais reacionários contra as mulheres trabalhadoras, e junto com isso ecoar nosso grito neste 8M: Não à guerra! Fora as tropas russas da Ucrânia! Fora a OTAN e o imperialismo da Europa Oriental! Além de em nosso país seguir firme com a batalha por Fora Bolsonaro, Mourão e Damares com a revogação de todas as reformas.

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