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CRISE NO ACRE | Com 3 meses de recursos para a pandemia, governador do Acre não deixou faltar para o agronegócio

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), afirmou que na sua gestão só há dinheiro suficiente para tratar pacientes com Covid-19 por apenas três meses. Os Hospitais seguem com leitos lotados, enquanto agronegócio bate recordes de lucros com a ajuda estatal.

segunda-feira 22 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Gladson Cameli com seu vice, Major Rocha e o empresário Jorge Moura/Foto: /Odair Leal/ANA

A população do Acre vem passando por uma série catastrófica de eventos que fazem parte da gestão de Gladson Cameli. Na saúde, devido a uma longa precarização do sistema público, o estado segue com hospitais superlotados e pedindo, consequentemente ajuda federal com envio de mais leitos de UTI, segundo dados do Secretaria da Saude do Acre, havia 89 pessoas internadas em leitos de UTI no estado, ou 86% de ocupação total. Até o momento são 151.367 casos e 963 mortes.

Adianta-se também que, somando na crise sanitária de falta de leitos, que é também responsabilidade do governo Bolsonaro o não fornecimento imediato de investimentos estruturais para a saúde, há escassez de vacinas, o que prejudica enormemente a vacinação. Por outro lado, o Acre vem sofrendo enormes enchentes que já atingiram milhares de pessoas, trabalhadores pobres que, devido a ausência completa de um planejamento urbano efetivamente preparado contra os períodos de muita chuva, estão desalojados. Ao todo, são seis mil famílias desabrigadas.

Veja também: Enchentes, dengue e COVID-19 no Acre: o resultado da barbárie capitalista

Surtos de dengue e leptospirose entram para a conta de Cameli, o qual afirma que o estado vive uma "Terceira Guerra Mundial" e uma situação alarmantemente crítica, com medo de explodir revoltas populares que possam abalar sua legitimidade. Cameli, no entanto, não cita que enquanto a população vive na pele um tremendo caos social, com recursos escassos para as vítimas da COVID-19, se elegeu prometendo transformar a região em um grande celeiro de soja. Quantos "incentivos" terá oferecido para os barões da soja se instalarem na região? Enriqueceu poucas dezenas de latifundiários, controladores de preços, enquanto o povo pobre amarga o baixa poder de compra, miséria e a caos sanitários e social que vive o estado. Agora faltam recursos? Ele, o governo Bolsonaro, são cúmplices dessa situação, favorecendo o desmatamento da região.

Somente no ano de 2020, de acordo com a CNA, os exportadores do agronegócio lucraram mais de US$ 100 bilhões, o maior valor em 10 anos e crescimento de 4,1% com relação a 2019. Segundo o IBGE, a safra de soja do Acre será 80,9% maior em 2021 que em 2020. Enquanto o agronegócio bate recordes de lucros, com o incentivo de Bolsonaro, que ajudou a precarizar ainda mais a fiscalização de queimadas e desmatamento na Amazônia e liberou centenas de agrotóxicos em seus anos de governo, o povo pobre acreano segue morrendo sob um discurso cínico de Gladson Cameli, responsável por ampliar a exploração de recursos pelos ruralistas e gerir, agora, o caos social que o estado vive.




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