40 minutos. Foi a diferença de tempo entre o momento em que Alejandra Monocuco teve seu atendimento recusado em Bogotá, e seu falecimento. Alejandra era uma mulher trans, de 39 anos, colombiana, e não foi atendida por ser HIV positiva.
quarta-feira 3 de junho de 2020 | Edição do dia
O caso brutal de negligência, fruto de um antigo e retrógrado preconceito, tirou a vida de mais uma mulher trans. “Quando a equipe da ambulância foi informada de que Alejandra tinha HIV, eles se retiraram. Eles disseram que não era nada sério”, disse Juliana Salamanca, da rede Trans Community.
Segundo Juliana, a equipe da ambulância parecia alarmada antes de ser informada que Alejandra era HIV positiva, mas o tratamento mudou no momento em que receberam esta informação.
“Este caso mostra como as pessoas trans são tratadas em Bogotá”, disse Juliana. Infelizmente este tipo de postura não é exclusiva de Bogotá, mas é parte de um preconceito estrutural com a população trans ao redor do mundo.
A Alejandra Monocuco la mató la transfobia y la serofobia, cuando necesito asistencia médica, llamaron al 123 y se negaron a atenderla por ser VIH positivo. No siendo esto suficiente, tardaron 15 horas en realizar el levantamiento de su cuerpo. pic.twitter.com/4kvPtEooAK
— Red Comunitaria Trans (@redcomunitariat) May 31, 2020
“Alejandra Monocuco foi morta por transfobia. Quando preciso de assistência médica, eles ligaram para o 123 e se recusaram a atendê-la por ser HIV positivo. Não sendo suficiente, foram necessárias 15 horas para levantar o corpo”.
O caso de Alejandra mostra que se depender dos governos, aqueles que antes da pandemia já pagavam com suas vidas o preconceito do capitalismo, seguirão pagando, e ainda mais. Negros, mulheres, LGBTs, são os primeiros na fila do descaso de governos ao redor do mundo inteiro.