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FUTEBOL FEMININO | "Clube que não tiver time feminino não vai para Libertadores em 2019"

sexta-feira 27 de janeiro de 2017 | Edição do dia

O novo regulamento divulgado ontem pela CBF reacende a polêmica das mulheres no futebol, esporte visto pela sociedade machista como "de homens para homens". Uma das novas exigências é que para competir na Libertadores e em outros campeonatos os clubes precisam necessariamente ter uma equipe feminina que dispute em competições nacionais.

Para se ter uma ideia, dos 20 clubes que disputarão a Série A neste ano, apenas 7 possuem times femininos: Corinthians, Santos, Grêmio, Ponte Preta, Vitória, Sport e Flamengo. Isso é uma das expressões do machismo e do sexismo no mundo dos esportes, e particularmente do futebol, onde as mulheres são reconhecidas como itens de decoração em campo, nas arquibancadas e nos currículos dos jogadores famosos, mas não reconhecidas como grandes craques.

Ao realizar a pesquisa pra essa matéria foi chocante ver como ao digitar "mulheres no futebol" no Google o que se vê são mulheres com corpos esculturais de biquíni e salto alto fazendo poses sexuais em campo, e não as nossas grandes jogadoras que vimos brilhar com jogadas espetaculares na Copa Mundial, como a Marta, que é a maior jogadora da história da Seleção Brasileira (contando masculina e feminina), com 101 gols.

A nova medida regulamentar será um importante incentivo para a valorização do futebol feminino no Brasil, que está bastante em atraso em relação à própria Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que já adota medidas como essa.

CBF Feminista?

Mas esse acontecimento não vem à toa, como um combate ao machismo por parte da CBF e um sincero incentivo à que as mulheres tenham vez e voz no futebol. Por trás dessa decisão estão as milhares de mulheres que se levantam em todo o mundo contra a violência de gênero, a opressão e as desigualdades.

A questão das mulheres entrou em cheio nas agendas de todos os governos, mídias e empresas do mundo. Como uma empresa que gere bilhões que é, a CBF não perderá tempo em como ganhar mais público e mais dinheiro abocanhando também sua parte nesse novo nicho de mercado "feminista", onde o objetivo é apenas o lucro e não o avanço real das pautas. Nós seguiremos nas ruas muito longe de nos contentar, e também nas mesas de bar acompanhando um bom futebol feminino.




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