×

OPINIÃO | Cinicamente e com medo de não se reeleger Renan Calheiros critica Temer em jantar com PMDB

Nesta terça Renan Calheiros faz um jantar com mais da metade dos parlamentares do PMDB, e seguindo o rumo de suas últimas declarações, crítica de forma demagógica Temer e as reformas que atacam os trabalhadores.

quinta-feira 6 de abril de 2017 | Edição do dia

Após Renan Calheiros soltar vídeo em redes sociais criticando a reformas trabalhista e da previdência esta semana, foi nesta terça-feira (5) que o líder do PMDB no Senado se reuniu com mais da metade dos parlamentares de seu partido para soltar declarações críticas (e bem demagógicas) a Temer.

Entre os presentes estavam José e Roseana Sarney, Kátia Abreu (TO), Roberto Requião (PR) e Raimundo Lira (PB), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Rose de Freitas (ES), Valdir Raupp (RO), Marta Suplicy (SP), Elmano Férrer (PI), Hélio José (DF), Dário Berger (SC) e Garibaldi Alves (RN), além dos ministros Dyogo Oliveira (Planejamento) e Helder Barbalho (Integração Nacional).

Estes parlamentares estariam descontentes com a pressão a que aprovem medidas impopulares. Segundo apontam, Temer e seus ministros pressionam à aprovação por não dependerem do voto como eles dependem. Ou seja, está claro que o incômodo destes parlamentares com Temer é o receio em atendendo seus pedidos não conseguirem se reeleger nas próximas eleições e manter seus privilégios políticos. Estão pensando em nada mais do que no próprio umbigo.

Contudo, lançam mão da demagogia de fingirem que são contra a reforma da previdência da forma que está sendo apresentada por "se preocuparem com a aposentadoria dos trabalhadores". Esta celeuma os empurra a terem maior proximidade ao PT. Renan Calheiros, aliás, é o cabeça desta aproximação, pois apesar de ter sido figura fundamental para fazer passar o golpe institucional, é um aliado de longa data do PT no parlamento, além de Kátia Abreu, que preparou prato típico para esta corja, aliada declarada de Dilma, mesmo durante o processo do golpe institucional.

Neste jantar Renan destilou preciosas declarações de cinismo avançado. Após passar o golpe institucional que colocou Temer na presidência, com a agenda já prevista de corte de gastos e reformas para cortar na carne dos trabalhadores salvaguardando os interesses da burguesia, agora se exime da responsabilidade, fingindo ser contrário a este tipo de medida. Nada mais cínico e falso.

Segundo afirma Renan, assim como diziam de Dilma, agora “Temer não tem para onde ir”, seguindo o que disse nesta mesma semana, “se continuar como está, o governo vai cair para um lado e o PMDB para o outro”. Após colocar o homem que entrou para aplicar as reformas no poder, agora ele finge que não está no mesmo barco, para salvar sua imagem, para não afundar junto caso o barco de Temer morra na praia. Esta bancada não se coloca contra Temer por querem defender os trabalhadores, longe disso, são farinha do mesmo saco, golpistas da mesma laia, querem seguir defendendo seus privilégios atrelados aos seus poderosos cargos, e para isso é preciso separar sua imagem da desgastada imagem de Temer, atrelada ao rechaço enorme à Reforma da Previdência.

Na ocasião do jantar, o Senador Requião declarou "É terrível o que querem impor ao Congresso. O povo não quer (as reformas) e os congressistas vivem de voto. Estão propondo suicídio político". A verdade é que Requião e sua laia não estão nem aí para o que o povo quer. Não é possível que se dê o mínimo de credibilidade aos integrantes deste jantar, que para os trabalhadores, deve ter tido cheiro de podre.

Neste jantar de oligarcas de famílias que governam há anos o país, os donos do poder, donos de grandes latifúndios e empresas escravistas, envolvidos até os dentes em escândalos de corrupção, membros deste partido que sempre está ao lado de quem está no poder, desde a ditadura, aprovando todo tipo de medida que ataca os trabalhadores desde sempre, não tem uma gota de honestidade, a não ser o gosto pelos próprios privilégios.

É isso que leva agora Renan a demagogicamente tomar este tipo de postura, não é possível que o mesmo político que recentemente mobilizou todas suas forças para aprovar a PEC 55, a PEC do teto de gastos, para cortar gastos com saúde e educação para o povo e os salários dos servidores públicos por 20 anos, dizendo que esta era uma medida para fazer o país sair da crise, agora crucifique Temer por querer aprovar a Reforma da Previdência pelos exatos mesmos argumentos.

O fato é que pesquisas recentes mostram que Calheiros tem 73% de desaprovação, e o risco de não se reeleger e não conseguir também eleger seu filho, é concreto. A crise pode levar a rumos inesperados para esta corja, os trabalhadores podem criar uma saída que passe como um trator por esta corja, eles precisam salvar seus privilégios. O jeito é se reaproximar do PT, partido que vem controlando as lutas dos trabalhadores para que não se aprofunde e que não vença, visando o projeto Lula 2018. O cálculo político dos parlamentares deste jantar é que talvez tenham que se realinhar ao antigo parceiro de negociatas, o PT, e certamente Lula estará de portas abertas a recebê-los, como sempre fez em troco de maior espaço entre essa corja que conspira contra a vida dos trabalhadores.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias