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Internacional | China pede aos EUA que não intervenha militarmente na Venezuela

terça-feira 15 de agosto de 2017 | Edição do dia

O Ministério de Assuntos Exteriores chinês defendeu nesta segunda-feira a necessidade de respeitar o princípio de não interferência entre governos, em resposta às repudiáveis ameaças do presidente estadounidense, Donald Trump, de intervir militarmente na Venezuela.

"Todos os países devem conduzir suas relações bilaterais em base à igualdade, o respeito mútuo e a não interferência nos assuntos internos do outro”, destacou em coletiva de imprensa o porta voz ministerial Hua Chunying.

China "sempre segue o princípio de não interferir nos assuntos de outro país”, adicionou a fonte oficial, dias depois que Trump sinalizara que levava em consideração a opção militar contra a Venezuela, escalando em sua ofensiva contra o país latinoamericano.

Na sexta-feira, Trump afirmava que “Temos muitas opções para a Venezuela, inclusive uma possível opção militar se necessário”. E adicionava “temos tropas em todo o mundo, em lugares muito, muito distantes. Venezuela não é tão longe e as pessoas estão sofrendo e estão morrendo”, em uma clara ameaça contra a Venezuela logo após a Assembleia Constituinte, fazendo honra ao intervencionismo militar que costuma caracterizar o imperialismo norte-americano.

O governo chinês já se havia referido à polêmica votação para a Assembleia Nacional Constituinte, aquela que, segundo o país asiático, se tinha desenvolvido “de forma estável”. Também expressão então o desejo de que o governo e a oposição de direita na Venezuela iniciassem um “diálogo pacífico” para manter a “estabilidade do país”.

A China é, desde a última década, um dos mais importantes sócios comerciais da Venezuela, país que chegou a ser o principal destino dos investimentos chineses na América Latina, dado o especial interesse no petróleo venezuelano. Desde 2007, a Venezuela recebeu 53% do financiamento de bancos estatais chineses para a região, o equivalente a US$ 65.000 milhões.

Além disso, estas declarações acontecem no marco do que o próprio governo chinês chama de uma possível “guerra comercial” com os EUA, se Washington começa investigações contra supostas violações chinesas no comércio bilateral, algo que segundo Trump adiantou para Xi Jinping poderiam começar nesta segunda-feira e que poderia levar a altos impostos sob bens chineses.

Contudo, a porta voz de Assuntos Exteriores chinesa, Hua Chunying, declarou hoje a uma coletiva de imprensa que “China e Estados Unidos tem interesses entrelaçados e uma guerra comercial não tem futuro, seu único resultado seria uma perda para todos”. Também pediu a Washington que não utilize o conflito na Coreia do Norte como arma para pressionar Pequim em questões comerciais: “São assuntos completamente diferentes, e não é apropriado utilizar um como ferramenta para pressionar o outro”, afirmou Hua.

Espera-se que Trump ordene hoje ao representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, o começo de uma investigação frente possíveis violações por parte da China, tais como roubo de patentes ou transferência forçada de propriedade intelectual e que poderiam estar “fazendo dano à tecnologia, inovação ou propriedade intelectual” dos Estados Unidos, o que abriria uma nova etapa na relação bilateral entre ambos países em meio à crise com a Coreia do Norte.




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