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CANDIDATURAS DO MRT | Chamado aos professores e às professoras

segunda-feira 10 de setembro de 2018 | Edição do dia

Maíra Machado é professora da rede estadual do estado de São Paulo e candidata a Deputada Estadual pelo MRT em São Paulo através de filiação democrática pelo PSOL. Acesse aqui a sua página no Facebook.

São tempos de golpe institucional. Temer e os outros golpistas querem atacar ainda mais nossas vidas e retirar mais direitos. Nestas eleições, vemos um punhado de juízes com diversos privilégios, que chegam a receber R$ 100 mil por mês, decidindo em quem a população pode votar, com o impedimento da candidatura de Lula. Denunciamos o golpe e defendemos intransigentemente o direito da população de decidir em quem votar, mas não defendemos o voto e o programa do PT. Para a educação, o golpe significou ataques como a PEC do Teto dos Gastos, congelando o investimento em educação e saúde por 20 anos. A Reforma do Ensino Médio e a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que vão piorar ainda mais as condições do ensino e as estruturas da escola, retirando disciplinas fundamentais e colocando boa parte do ensino a distância. Querem continuar privatizando cada vez mais a educação pública. É preciso a revogação imediata e completa da PEC do Teto dos Gastos e levantar uma forte luta para barrar essas e outras medidas que visam a acabar com a educação pública, como a BNCC e a Reforma do Ensino Médio. Os interesses de privatização do ensino são impulsionados por grandes monopólios do ensino privado. Só a Kroton tem mais de 1 milhão de matrículas, em grande parte financiadas com dinheiro público do FIES e Prouni, que agora o governo também quer atacar. Foram nos anos de PT que esses imensos conglomerados se formaram no Ensino Superior, mas que agora avançam para entrar com tudo também no Ensino Básico. Por isso defendemos a estatização dos grandes monopólios do ensino privado, para que sejam vagas públicas para nossa juventude. Criar vagas públicas no ensino é ainda mais possível se pensarmos na fraudulenta dívida pública. Só nos anos de PT mais de 13 trilhões foram destinados ao pagamento da dívida pública, dinheiro que vai para o bolso dos interesses internacionais, bem longe da nossa educação. Defendemos o não pagamento da dívida pública. Junto à extrema-direita de Bolsonaro, defendem o Escola sem Partido, um ataque disfarçado de defesa de uma escola imparcial, quando o que querem é uma escola de partido único, da censura e da opressão. Não aceitamos a mordaça que querem colocar nos estudantes e professores. Esses grandes ataques à educação pública se somam ao verdadeiro caos que existe no chão das escolas em todo o país. Não temos estrutura para trabalhar: faltam giz, lousa, mesas, cadeiras e até mesmo água. Os professores têm jornadas exaustivas, em salas superlotadas, para receber um dos mais baixos salários do país. Em São Paulo, sequer aplicam a Lei do Piso, o mínimo necessário. Esses ataques atingem diretamente a vida das mulheres, setor majoritário da categoria de professores. As professoras do Ensino Básico recebem ainda menos que o conjunto dos professores, pois a profissão docente é vista como uma continuidade natural da maternidade e como parte da obrigação feminina de educar. As creches padecem da falta de vagas e de infraestrutura. Nos últimos anos de governo de Alckmin (PSDB) e França (PSB), vimos a demissão de milhares de professores contratados e o fechamento de 9.300 salas em 3 anos. São sete salas a menos por dia. Lutamos pela reabertura de salas e a imediata efetivação dos professores temporários, sem a necessidade de concurso público. Enquanto isso, o sindicato dos professores de São Paulo, dirigido pelo PT e pelo PCdoB, com a agora candidata a deputada estadual, Maria Izabel Noronha, não leva nenhuma luta pelos professores e pela educação a sério. Também por isso não acreditamos nas promessas de campanha de Luiz Marinho para governador do estado de São Paulo, que representa o mesmo projeto político de Bebel. As grandes centrais sindicais traíram a mobilização dos trabalhadores e a greve geral do ano passado, quando nossa categoria participou massivamente. Freiam o desenvolvimento de uma alternativa independente dos trabalhadores que possa dar uma saída de fundo à situação do país. Chamamos os professores a conhecer nossas ideias para construir uma esquerda que aposta na mobilização independente dos trabalhadores, para lutar pela revogação de todos os ataques à educação, contra o golpismo e a extrema-direita, contra os que querem seguir nos atacando. Lutamos contra os privilégios de políticos e juízes e defendemos que recebam o mesmo salário que uma professora, que sejam eleitos e revogáveis e que a população tenha acesso a todos os inquéritos de corrupção. As mulheres têm se mostrado uma enorme força de combate em todo o mundo. Em nosso país também vemos esse ímpeto e sabemos que, com as professoras na linha de frente, pudemos derrotar Dória e sua proposta de Reforma da Previdência. Em nossa categoria, majoritariamente feminina, precisamos colocar essa potência em movimento, para enfrentar o golpismo e a extrema-direita, que fará de tudo para acabar com nossos direitos.

Participe do Encontro Regional do Pão e Rosas, no dia 29 de setembro, em São Paulo.




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