sexta-feira 14 de agosto de 2015 | 12:24
Foto Edu Silva - Estadão Conteúdo
Osasco teve noite sangrenta nesta quinta-feira, 13. Moradores dos bairros da zona norte, como Helena Maria, Munhoz Jr, Vila Menk, Rochdale, Baronesa e Imperial afirmam ter ouvidos dezenas de tiros e relatam execuções de jovens a partir das oito da noite de quinta-feira. Em apenas duas horas, os grupos de Whatsapp já estavam cheios de fotos de jovens baleados em vias públicas.
Bares e estabelecimentos da região fecharam e o toque de recolher ainda estava decretado durante a manhã dessa sexta. As informações são de homens encapuzados e fortemente armados em motos e carros, que assassinaram esses jovens sem distinção alguma, em retaliação à morte de um Policial Militar na semana passada, enquanto fazia um “bico” na cidade.
A mídia burguesa do G1 teve acesso à um vídeo de tiroteio em um bar de Barueri, onde segundo relatos, também já foram confirmadas três mortes. Os assassinos provavelmente saíram de Osasco por volta das 22 horas e foram em direção à Barueri, onde a chacina começou por volta das 22:30.
Durante a madrugada, o hospital Antônio Giglio, no centro da cidade de Osasco, chegou a receber cerca de 30 baleados. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, 17 pessoas morreram em Osasco e 3 em Barueri. Porém, os números relatados por moradores já são maiores que isso.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin do PSDB, cancelou sua agenda e se reuniu ainda na manhã desta sexta-feira (14) com o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, provavelmente para reforçar o policiamento na região. Porém, é de conhecimento público que estas ações de homens encapuzados geralmente são feitas por policiais em retaliação à morte de outro policial, e assim, assassinam jovens trabalhadores, em sua maioria negros e de periferia, para impor medo e mostrar o “poder” da polícia. Portanto, a ação do ultraconservador governador Alckmin não seria outra que não a de enviar mais de seus cães fardados da Policia Militar, agora com a autorização para assassinar em serviço mesmo, como fazem cotidianamente nas periferias paulistas. Alexandre de Moraes deve conceder entrevista ainda nesta sexta-feira.
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