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REPRESSÃO | Censura: Moro apoia investigação contra punks por cartazes anti-Bolsonaro

Em mais um episódio absurdo para a livre expressão de ideias, inquérito é aberto contra coletivo de punk rock de Belém por manifestar-se através de cartazes contra o Presidente Jair Bolsonaro. Essa é mais uma expressão, dentro um vasto histórico (de apenas um ano de governo), do caráter autoritário e reacionário do judiciário e, de conjunto, desse governo golpista e de extrema-direita.

sexta-feira 28 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

A investigação contra membros da banda THC, Deliquentes, Filhux Ezkrotuz e produtores de um evento punk chamado Facada Fest, que ocorre em vários estados do país, se dá sob a alegação atentar “contra a honra do presidente Jair Bolsonaro”.

Existe risco de ação penal contra os punks, principalmente por apologia ao homicídio que, segundo o Ministro Sérgio Moro, denotaria os cartazes e o próprio nome do coletivo (“Facada Fest”), idealizado, segundo os membros do coletivo, antes mesmo do atentado ao presidente nas eleições de 2019. Moro diz “clara apologia ao atentado criminoso sofrido por Jair Messias Bolsonaro durante a campanha eleitoral”

De qualquer maneira, para o ilustrador dos cartazes, Paulo Victor Magno, trata-se da estética punk e de críticas ao governo -nada além disso – e não de apologia ao crime. “Não tem nada a ver com apologia ao crime ter feito uma coisa tão caricata daquele jeito, né? Não tem incitação de matar ninguém. Não passamos a ideia de fuzilar a posição”, fazendo referência ao gesto simulando uma metralhadora, constantemente utilizado por Jair Bolsonaro.

Não é nova a contenda entre o Governo Bolsonaro e as manifestações culturais da população. Reacionário confesso, a cada crítica o governo golpista, mais medidas autoritárias são destiladas. No mais, está totalmente na lógica das coisas que um governo que convocou, há apenas dois dias, uma manifestação autoritária para o dia 15 de março como parte de um escalada reacionária contra toda e qualquer mínima liberdade democrática, reprima a população e se “incomode” com aqueles que o criticam.

Enquanto o governo segue perseguindo a cultura, buscando censurá-la, o ministro Moro se cala em relação às tantas incitações de Bolsonaro contra o Congresso, o STF, a mídia, ou mesmo suas relações com milicianos, demonstrando a cumplicidade do ex-juiz com o projeto de autoritarismo do presidente.

Para barrar esse caminho é crucial a construção de uma imensa resposta dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, da população LGBT, da juventude. Chamamos a juntos exigir de cada sindicato, diretório central dos estudantes e central sindical, assembleias em cada local de trabalho e estudo para desenvolver fortes mobilizações em todos os próximos dias e uma mobilização ativa e concreta até o dia 18 para assim derrotar o autoritarismo de Bolsonaro e seus planos econômicos.

“Unir nossa classe por uma grande paralisação nacional dia 18”, diz Marcello Pablito




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