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CASSAÇÃO DE CUNHA | Cassação de Cunha pode ser evitada por manobras de Lira e Maranhão

segunda-feira 6 de junho de 2016 | Edição do dia

Arthur Lira (PP-AL), deputado e relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, apresentou nesta segunda-feira , 6 de junho, um parecer no qual defende a possibilidade de ser submetido ao plenário um projeto de resolução, ao invés do relatório elaborado pelo Conselho de Ética, ou seja, mais uma espécie de manobra para salvar a pele de Cunha. Waldir Maranhão, que já buscara impedir a tramitação do impeachment, semana passada também ensaiou uma manobra para salvar a pele de Cunha com um pedido de parecer na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) questionando se o votado na Comissão de Ética poderia ser alterado pelo plenário. Maranhão também perguntou se, no caso da votação de projeto de resolução, serão admitidas emendas ao texto no plenário e se elas podem “ser prejudiciais ao representado”. Lira, aliado de Cunha, em resposta ao questionamento defendeu que seja levado à votação no plenário um projeto de resolução e que o texto poderá ser emendado pelos parlamentares, mas que as emendas não poderão prejudicar o representado, sob pena “de violação da ampla defesa prevista no § 2º do artigo 55 da Constituição”.

Apura-se que o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que recomenda a cassação de Cunha, deva ser votado no Conselho de Ética nesta terça-feira, dia 7 de junho. No relatório, Marcos Rogério (DEM) supostamente defende que o presidente afastado da Câmara mentiu no seu depoimento para a CPI da Petrobras ao afirmar que não teria contas bancárias no exterior. Apura-se também que Rogério irá denunciar o conjunto de provas reunidas pela comissão, entre as quais estaria o recebimento de propina no esquema de corrupção da Petrobras, embora que, no voto, o relator levará em conta somente a acusação de que Cunha mentiu.

Para ser aprovado, o relatório teoricamente, precisará da maioria dos 21 votos do conselho. Caso seja rejeitado, um novo relator será designado na hora para elaborar outro parecer, que, eventualmente, poderá trazer uma punição mais branda, como a suspensão do mandato de Cunha.

A cassação de Eduardo Cunha busca “lavar a cara” do golpe institucional em curso no Brasil, com viemos denunciando no Esquerda Diário, derrubando o PT da presidência passando por cima do sufrágio universal e colocando no poder um grupo que nunca foi eleito senão por políticos corruptos e reacionários, com o aval do judiciário, A possibilidade de uma pena mais branda para Cunha com direito a manobras de aliados, como Lira, evidenciam a podridão do regime que se consolida com o golpe institucional, o que já havia sido demonstrado nas votações do impeachment na Câmara e no Senado, nos áudios de Jucá divulgados, e que sequer foi combatido pelo PT. Livrar-se de Cunha dá um "ar de limpeza" à operação golpista e livrar-se dele, em uma possível suspensão do mandato por mais algum tempo, pode ser uma manobra para ganhar tempo e certa aprovação de setores anticorrupção, diante da necessidade de investigação de outros políticos envolvidos em escândalos, como os ladrões de merenda que seguem impunes.
As mulheres vêm ocupando as ruas e se colocando contra a personificação da opressão que sofrem, evidenciada na figura de Cunha. Lutam contra esta cultura do estupro, contra o machismo, que já vem evidenciando sinais contra os direitos das mulheres neste governo golpista, como o anuncio de Fátima Peleas (PMDB-AP), que é contra a descriminalização do aborto para Secretaria de Políticas para Mulheres.
É necessário nos organizarmos fortemente de forma independente para combater os ajustes, a direita e todas as manobras orquestradas neste regime político podre, cuja força reacionária busca ganhar peso, com aval do judiciário.




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