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CORONAVÍRUS SP | Casos de Covid-19 voltam a crescer na capital paulista em meio à reabertura de Dória

No inicio de junho os dados de SP apontavam uma breve estabilidade nos casos, porém a curva voltou a subir e nesta semana o total de casos bateu recorde em um dia e o de mortes confirmadas em 24h no estado todo foi recorde por dois dias seguidos, isso tudo em meio à imensa subnotificação por falta de testes. É diante desses dados que Dória implementa a reabertura no estado.

sexta-feira 19 de junho de 2020 | Edição do dia

13 de junho - Movimento na região da Rua 25 de Março - Foto: Patricia Borges/AM Press & Images/Estadão Conteúdo

O Brasil supera 1200 novas mortes pelo 3º dia, contabilizando mais de 47 mil mortes no total. Desde o início da crise sanitária vimos o negacionismo genocida de Bolsonaro, que junto com os militares riem das nossas perdas e não oferecem nenhum combate sério à pandemia. Por outro lado, o STF, os governadores e a mídia, que tentavam se colocar como consequentes, também deixaram a população e trabalhadores sem testes, máscaras, EPIs, álcool em gel, dentre outras medidas básicas, e agora implementam a reabertura em vários estados do país mesmo com os imensos riscos, rifando a vida do povo pobre.

Desde o dia 14 de julho os casos confirmados na capital paulista estão em alta, como mostram os dados do Ministério da Saúde enviados pelo governo estadual. Isso sem contar os dados dos últimos dois dias, 17 e 18, quando houve erro no sistema de notificação do Ministério da Saúde, o que fará com que quando forem atualizados os dados, haja uma elevação abrupta dos números.

Infográfico elaborado em 18/06 - G1

Os dados expostos no gráfico acima mostram como a breve tendência estável de redução foi substituída por um alta importante nas mortes à partir do dia 14. “A partir de 14 de junho começou a subir muito forte na capital, e isso puxou também a média na Grande São Paulo e no estado, porque foi um crescimento mais forte na cidade justamente na semana que nós estamos agora”, declarou Luis Fernando Chubaci, físico e professor da Universidade de São Paulo (USP).

Aumento de casos e mortes em meio à reabertura de Dória

Mesmo que esse aumento de casos ainda não seja diretamente reflexo das medidas de reabertura da economia, que em SP começaram no dia 5 de julho - já que o período de incubação do vírus é de 14 dias, além dos atrasos de notificação - é absurdo que Dória e os empresários estejam a pleno vapor na abertura enquanto as mortes aumentam. Dória, que no início da pandemia se fez de grande opositor ao negacionismo de Bolsonaro, mostra sua verdadeira face de serviçal aos interesses dos empresários, onde o lucro importa mais que a vida.

Esse aumento de mortes e casos, tecnicamente, aponta como o plano de reabertura proposto em SP, mas também no RJ, não se baseia em dados sólidos que justificam cientificamente à possibilidade de retomada, bem como o dado de ocupação de leitos que na cidade do Rio, por exemplo, nunca estiveram abaixo de 89%, que pode significar em poucos dias de aumento de casos um novo colapso hospitalar. Para piorar, além da crise sanitária que já é uma grande preocupação à população pobre e negra que é a mais afetada, também temos que lidar com os assassinatos brutais da polícia, como foi com Guilherme em São Paulo, e João Pedro no Rio de Janeiro.

Enquanto faziam cena de racionais, Dória e Witzel não tiveram política de testes massivos e nem mesmo entregaram os leitos necessários para o numero de casos nesses estados, e agora nem mesmo o isolamento social defendem mais, frente aos interesses dos empresários.

Se não há leitos suficientes e nem testes, é necessária a reestruturação do sistema de saúde, estatizando todo o sistema de saúde sob o controle dos trabalhadores da área.

É também necessária a readequação da produção industrial, para que seja produzido aquilo que for necessário para evitar a morte da população e dos trabalhadores da saúde que, em muitos casos, em função da falta de estrutura, não contam com EPIs e outros equipamentos.

A revogação da PEC de teto de gastos, aprovada no governo Temer, também é algo urgente, posto que ela retirou investimentos de áreas como a saúde e a educação, que precisam de uma capacidade maior para combater essa crise.




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