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TRABALHADORES | Carrefour deixa corpo de trabalhador morto estendido no chão de loja aberta por mais de 3h

O caso ocorreu em Recife. Moisés Santos morreu enquanto trabalhava e a única medida tomada pelo Carrefour foi cobrir o corpo com guarda-sóis e cercar a área com caixas e tapumes improvisados até o IML ir retirar, escancarando o absurdo descaso e desprezo da varejista com a vida dos trabalhadores.

quarta-feira 19 de agosto de 2020 | Edição do dia

Moiséis Santos tinha 53 anos e trabalhava como representante de uma empresa de alimentos. O corpo do trabalhador ficou estendido no chão das 7h30 às 11h, e a única medida tomada pela rede de supermercados Carrefour foi cobri-lo com guarda sóis. O caso aconteceu na sexta-feira (14) e ganhou repercussão, na terça (18).

Em resposta à indignação que repercutiu na internet, a rede de supermercados publicou três notas nas redes sociais lamentando cinicamente o ocorrido e dizendo que “seguiu todos os protocolos durante o socorro e após o falecimento”. Além disso, também afirmou que “os protocolos para que as lojas sejam fechadas quando fatalidades como essa aconteçam já foram alterados”.

Nenhuma dessas notas esconde o descaso da Carrefour com o corpo de um trabalhador que para os patrões é tão desprezível que só mereceu ficar coberto até alguém ir buscar, pois o mais fundamental era continuar seguindo as vendas normalmente.

Esse caso ocorreu em meio à pandemia do Coronavírus que já conta com mais de 100 mil mortes no Brasil. Em meio ao governo negacionista de Bolsonaro, repleto de militares saudosistas da ditadura, como Mourão, vemos que é feita uma chantagem com os trabalhadores, que estão espremidos entre morrer de Covid 19 ou de fome, devido ao desemprego que só aumenta.

Esse desemprego é apoiado por todos os setores do regime como Maia, o STF e os governadores, do PSDB de Doria ao PCdoB de Manuela D’ávila, que apesar de mentirem dizendo que se importam com as vidas do povo pobre, são entusiastas de ataques como a MP 936 que facilita corte de salários, suspensão de contratos e demissões.

Moisés teve que continuar trabalhando, perdeu sua vida durante o horário de serviço e os patrões mostraram que para eles, as nossas vidas não valem nada mesmo. A luta por uma sociedade na qual nenhum trabalhador e suas famílias tenham que passar por essa humilhação até mesmo depois da morte se faz mais do que urgente.




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