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TRABALHO ESCRAVO | Carrefour, Pão de Açúcar e Cencosud compraram produtos fruto de trabalho escravo

Segundo reportagem do grupo Repórter Brasil, publicada no portal UOL, Carrefour, Pão de Açúcar e Concesud, principais varejsitas do país recebiam fornecimento de carnes de frigoríficos que negociaram com fazendeiros que produziam com trabalho escravo em suas fazendas.

quarta-feira 18 de setembro de 2019 | Edição do dia

Uma investigação do grupo Repórter Brasil, publicado no portal Uol identificou que as redes de supermercados Carrefour, Pão de Açúcar e Cencosud comprar carnes de frigoríficos que negociam gados com pecuaristas que ocupam a chamada “lista suja”, ou seja, que produzem com base em trabalho escravo em suas fazendas.

Os frigoríficos identificados na reportagem por terem comprado produtos destes pecuaristas da “lista suja” são o Frigotil e o Frigoestrela. Segundo a reportagem, o Pão de Açúcar interrompeu o fornecimento com estes frigoríficos após a denúncia, entretanto o Frigoestrela segue fornecendo para o Carrefour, mesmo após essa absurda denuncia ter vindo à público. O grupo Cencosud negocia com o Boi Brasil, outro frigorífico que compra de fazendeiros que utilizam de mão de obra escrava, fornecendo para supermercados de GO. A empresa negou manter relações com o Boi Brasil em nota oficial.

As redes de supermercado estão entre os quatro principais monopólios varejistas do Brasil, sendo a Cencosud um grupo chileno que é dono de uma das maiores redes de supermercados em GO, o Bretas. Carrefour e Pão de Açúcar haviam assinado em 2005 o Pacto Nacional Pela Erradicação do Trabalho Escravo, e a Cencosud assinou uma carta de compromisso no ano passado. Mas parece que as assinaturas de nada valem frente à possibilidade de obter maiores lucros fruto de trabalhos em condições desumanas.

Dentro dos pecuaristas com presença na “lista suja” está um deputado estadual do PCdoB no Maranhão, estado do Governador Flavio Dino. O pecuarista membro do partido é Carlinhos Florêncio, autuado em 2018 por submeter nove trabalhadores à escravidão na Fazenda Tremendal, em Parnarama (MA). Depois disso ele foi incluso na lista, e permaneceu até novembro, quando obteve uma liminar judicial para que fosse retirado do documento. Durante 2018, entre maio e setembro ele foi um dos fornecedores do Frigotil. Ele ainda passou por inquérito neste ano, submetido pelo TRF-1.

Para piorar, Carlinhos Florêncio fez parte da assinatura de um manifesto para a entrega da base de Alcântara para o imperialismo norte-americano, seguindo a politica de seu governador, Flavio Dino, nada combatente ao entreguismo de Bolsonaro para Trump.

Outro dos fornecedores do Frigotil é o pecuarista José Rodriguez dos Santos, que vendeu seu gado ao frigorífico diversas vezes em 2018 e 2019. Ele foi incluído na “lista suja” em 2017, após o resgate de 22 trabalhadores em situação de escravidão na Fazenda Lago Azul, em Brejo de Areia (MA). Ele foi flagrado também em 2007, na Fazenda Ilha/Veneza, em Capinzal do Norte, também no Maranhão, e responsabilizado pela exploração de 48 trabalhadores em situação de escravidão. Depois de uma nova vistoria outros 29 trabalhadores foram resgatados.

Hélio Cavalcanti Garcia é um dos fornecedores da Frigoestrela entre 2018 e 2019 identificados, tendo entrado na “lista suja” também em 2017. Ele chegou a ser prefeito de Rondonópolis (MT) durante a década de 1960, e em 2017 foi flagrado com cinco trabalhadores escravizados.

A sede dos pecuaristas por lucro leva aos atos mais absurdos e repulsivos. Em pelo 2019, falamos sobre combate ao trabalho em condição de escravidão nas fazendas do Brasil, enquanto grandes monopólios de varejo e gigantescos frigoríficos lucram com este trabalho manchado de sangue. É a sede do mesmo setor da produção que não aceita as áreas de preservação ambiental e destrói nosso meio ambiente mais e mais com as queimadas na Amazônia, no MT e em outros estados.

Os patrões do agronegócio estão cada vez mais confortáveis, após a aprovação da Reforma Trabalhista, dos ataques à Justiça do Trabalho, e das declarações absurdas de Bolsonaro desde a eleição em 2018 até agora, para colocar os trabalhadores nestas condições desumanas, escravizando pessoas em nome de seus lucros, e destruindo o meio ambiente à serviço de seus interesses.

Com informações da UOL




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