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AYOTZINAPA SOMOS TODOS | Caravana 43 – Familiares dos estudantes desaparecidos de Ayotzinapa estão no Brasil.

quarta-feira 3 de junho de 2015 | 00:01

Uma comitiva de familiares e um colega dos 43 estudantes de Ayotzinapa, desaparecidos após ataque da polícia municipal de Iguala, está passando por Argentina, Uruguai e Brasil para divulgar a luta contra o terrorismo do Estado Mexicano, responsável por mais um massacre de jovens estudantes.

Na noite de hoje, após um ato junto com as Mães de Maio, que saiu da Praça da Sé e foi até a quadra dos bancários, se realizou um debate onde estiveram na mesa tanto a comitiva de familiares como também representantes das Mães de Maio.

O Esquerda Diário esteve presente nesta atividade em São Paulo e, na parte aberta às questões do público, perguntou ao Francisco, estudante de Ayotzinapa o seguinte:

ED: Quando foram atacados pela polícia de Iguala, no estado de Guerrero, os estudantes de Ayotzinapa estavam arrecadando fundos para viajar à Cidade do México para participar dos atos em memória do massacre de Tlatelolco, onde em 1968 um forte movimento estudantil que se levantava contra o governo e em apoio à varias lutas de trabalhadores foi violentamente reprimido pela polícia, resultando em dezenas de estudantes assassinados. São vários os exemplos em que a juventude mexicana protagonizou importantes processos de luta. Nesse sentido, queriamos saber o que a juventude mexicana pode dizer à juventude brasileira, que também tem se levantado, principalmente desde junho de 2013?

Francisco: De nós, como jovens, depende tudo que queremos para nosso país. Aos jovens do povo do Brasil, em nossas mãos está o futuro que queremos para o nosso país, e para nossa América Latina. Se queremos seguir submissos frente aos tiranos vamos seguir com os olhos vendados. E se de verdade a gente quer despertar, se de verdade a gente quer ver a realidade, nós temos que nos unir.

No México, os jovens se levantaram porque estava iqual a aqui, cheio de injustiças e desaparecidos. E admiramos aqueles jovens que lutam pelos direitos, e o que temos é nos organizar. Porque se cada um só luta pelo seu, vai ser muito difícil a trajetória. E há muitos jeitos de apoiar lá desde aqui e aqui desde lá. Se as redes de comunicação divulgam na internet aqui o que se passa no México, lá também vamos divulgar nas redes o que se passa aqui. O caminho que temos como jovens é que temos que ver que futuro queremos para os que vem em seguida. Chegou a hora de acabar com o medo, chegou a hora de lutar juntos. Chegou a hora de dizer basta ao terrorismo do Estado. E queremos dizer aos jovens que lutam aqui no Brasil, que a sua luta é a luta de Ayotzinapa. A sua luta é a nossa luta. E a luta de Ayotzinapa seguirá sempre até encontrar justiça, até que nosso país e nossa América Latina possa se libertar e encontrar a paz e a tranquilidade.

Vivos los llevaron. Vivos los queremos.*
*Os levaram vivos. Os queremos vivos.




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