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AVIAÇÃO - | Caos aéreo e aumento das passagens provam farsa dos benefícios das privatizações de aeroportos

Dois fatos chamaram atenção semana passada envolvendo a aviação no país: um novo caos aéreo causado pelas seguidas panes nos radares do aeroporto de Guarulhos – um dos primeiros a serem privatizados, mas que segue com equipamentos sucateados – e a notícia que as empresas aéreas seguem aumentando o valor das passagens e taxas de despacho de bagagens, logo após a nova legislação referendada pela ANAC completar 1 ano, quando o órgão federal alegava que a taxa iria reduzir o valor das passagens.

segunda-feira 23 de julho de 2018 | Edição do dia

Fotos - Acervo ED ©

Muitos trabalhadores e usuários se questionam sobre a real necessidade das privatizações dos aeroportos. Este questionamento, seguramente, aumentou após uma nova pane – a segunda em 1 mês – no radar do principal aeroporto do país e mais movimentado da América Latina, em Guarulhos, que gerou mais de 200 voos cancelados e cerca de 500 atrasados em todo o país em apenas dois dias que ocorreu o efeito cascata em toda a malha da aviação nacional.

No meio da aviação é comum a pergunta: como é possível que o principal aeroporto do país esteja tão sucateado a ponto de um problema num dos principais equipamentos seja recorrente? E a resposta a essa pergunta traz a tona a falácia dos benefícios das privatizações dos aeroportos pelo país. Além de Guarulhos, o aeroporto de Campinas, Viracopos, também é emblemático dentre os que foram privatizados, que em síntese, apenas serviram de transferência do patrimônio do Estado para as mãos dos capitalistas das concessionárias que agem como abutres explorando as partes lucrativas em decorrência da péssima qualidade do serviço, além de incentivadores de demissões e terceirização dos trabalhadores do setor.

Ainda assim, Temer e demais golpistas prometem não parar: além da nefasta entrega da EMBRAER para as mãos da Boieng a preço de banana, continuam na ofensiva privatista, já que nos planos divulgados pela ANAC, ainda 18 aeroportos devem ser entregues às concessionárias através de novas privatizações, um verdadeiro desmonte dessas estruturas estratégicas do serviço aéreo que devem passar para as mãos de capitalistas, muitos deles financiados pelo capital extrangeiro.

Além das concessionárias, também são responsáveis pelos seguidos caos aéreos o governo federal e seus órgãos, como ANAC e FAB. Também as companhias aéreas e seus lobistas pró-privatizações e que atuam cotidianamente para flexibilização das leis que protegem os usuários sejam revistas visando unicamente o lucro, secundarizando a segurança, conforto e acesso dos usuários a este serviço de preços extremamente elitistas.

Acervo ED ©

Dados divulgados pela própria ANAC apontam que nos últimos 12 meses as passagens aéreas tiveram aumento real de 6%, já descontado a inflação. Exatamente no período prometido pela ANAC e cias aéreas em que usuários já sentiriam a mentirosa queda no valor das passagens. É ainda mais absurdo se considerarmos que somente a taxa cobrada pelo volume de 23Kg aumentou 67%, escandalosamente acima da inflação que fechou em 2,45%.

Gol, LATAM, Azul e Avianca, descaradamente cobram a taxa e aumentam as passagens, e tudo isso garantido pela ANAC que teoricamente deveria “regular” os abusos de preços. Mas, não poderia ser diferente, já que a Agência funciona mais como uma correia de transmissão entre a submissão e o entreguismo do governo golpista de Temer com os interesses dos grandes capitalistas, como vimos no caso recém do conflito pelo diesel e o favorecimento dos grandes empresários do transporte e na sana do governo Temer em privatizar e entregar a Petrobrás.

Por isso a restatização do setor aéreo, sob controle democrático dos trabalhadores e usuários, segue como a melhor saída para o sucateamento dos aeroportos; contra a lógica consciente das concessionárias para barganharem por mais lucros, lutar pela prioridade de uma aviação acessível e segura para a maioria da população, que também defenda o emprego efetivo e melhores condições de trabalho e salários para os trabalhadores do setor.




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