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DEMISSÕES NAS INDÚSTRIAS | CSN planeja demitir 3 mil trabalhadores

Companhia informou oficialmente ao sindicato a intenção de demitir massivamente e também de reduzir os gastos com fornecedores, gerando um número ainda maior de demissões entre trabalhadores terceirizados.

quinta-feira 24 de dezembro de 2015 | 00:20

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Silvio Campos, anunciou em entrevista coletiva hoje, 23, que a Companhia Siderúrgica Nacional informou que irá demitir cerca de 3 mil operários da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, RJ. Também informou os planos de diminuir em 35% dos fornecedores, afetando o emprego de muitos outros trabalhadores da região. Segundo ele, as justificativas dadas pela empresa são a crise econômica, a baixa venda para o exterior e o alto estoque de produtos e que as informações foram obtidas em reunião com a empresa no dia 21, nas vésperas das festas de fim de ano. Até o momento a empresa não quis comentar as informações.

Existem muitos rumores que os cortes viriam da paralisação do alto-forno 2 da usina, que representa cerca de 30% da capacidade instalada da usina. Segundo jornais locais, já faz algum tempo que a companhia do empresário e atual vice-presidente da FIESP Benjamim Steinbruch vem cogitando o fechamento do segundo alto-forno, mantendo apenas um equipamento ativo e reduzindo assim seus custos. O fechamento de um alto-forno impactaria ainda mais fortemente os trabalhadores terceirizados uma vez que todo um setor da fábrica seria desativado, gerando cortes em todos os níveis de trabalho. Atualmente a CSN emprega 10,8 mil trabalhadores diretos e cerca de 5 mil terceirizados.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense soltou carta aberta a população afirmando que "não aceita, de maneira alguma, essas demissões arbitrarias" e que "tomaremos todas as medidas legais e políticas para que tal fato não aconteça. Mobilizaremos toda a cidade, conclamando as autoridades políticas e entidades civis."

Apesar da carta, convém não esperar muito de uma direção ligada à Força Sindical, central que se posicionou a favor dos ajustes do qual as demissões fazem parte e que juntou-se a oposição de direita capitaneada pelo PSDB nos seus objetivos de atacar as poucas e suadas conquistas do trabalhador brasileiro.

Enquanto os trabalhadores são jogados no desemprego e toda uma região pode se tornar vítima de uma grave recessão, Steinbruch, Gerdau e sua laia continuam com suas boas vidas, mantendo seu lucro numa taxa "aceitável". É necessário organizar a resistência desde já, com o sindicato convocando assembleias e reuniões com vistas de iniciar uma greve o mais rápido possível, utilizando a melhor arma que os trabalhadores tem para se defender de ataques dessa magnitude. Um outro passo importante nessa luta contra a demissão massiva é a exigência da abertura pública das finanças da CSN e de qualquer outra empresa que planeje demitir, para que todos possam avaliar se existe a necessidade de se colocar pelo menos 3 mil pais e mães de família na rua.




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