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FAMÍLIA BOLSONARO | COAF revela que Wassef recebeu milhões de empresa contratada pelo Governo Federal

Relatório do COAF que veio a público ontem (25) revelou que Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro desde 2018, recebeu cerca de 14 milhões entre dezembro de 2015 e 2020 do Governo Federal de forma indireta por repasses da Globalweb Outsourcing – empresa de sua ex-enteada e de sua ex-exposa, que tem contratos com o governo.

quarta-feira 26 de agosto de 2020 | Edição do dia

O advogado Frederick Wassef, foto de Paulo Vitale/VEJA

Ontem, 25, veio a público através do relatório do Conselho do Controle de Atividades Financeira (COAF) que Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro desde 2018, recebeu repasses de R$2,3 milhões entre dezembro de 2018 e maio de 2020 de Bruna Boner Leo Silva, uma das sócias da Globalweb Outsourcing - empresa que tem contratos com o governo federal. Bruna, além de fundadora e presidente do Conselho de Administração da companhia e curiosamente filha de Maria Cristina Boner Leo, ex-esposa de Wassef.

No relatório do COAF, obtido e trazido a público em matéria do O Globo, também se revelou uma série de medidas que beneficiaram a empresa da ex-enteada de Wassef, como a suspensão da multa de R$27 milhões aplicada a um consórcio de empresas que incluía a Globalweb Outsourcing. Fora o fato trazido a público pela UOL de que somente durante o governo de Jair Bolsonaro a holding obteve R$53 milhões em novos contratos.

Além de que também durante o governo de Bolsonaro a empresa recebeu ainda dois novos aditivos num consórcio vinculado ao Ministérios da Educação, num contrato que foi questionado pela Controladoria Geral da União, cuja auditoria apontou prejuízo na ata de preços em que o contrato se baseava. Sendo o valor final desse negócio estimado em R$37,4 milhões, segundo o Portal da Transparência.

Wassef que foi considerado pelo relatório do COAF como “objeto de comunicações de operações suspeitas”, não só recebeu os 2,3 milhões entre 2018 e 2020 através da empresa Globalweb, como também recebeu na conta do seu escritório de advocacia Wassef & Sonnenburg Sociedade de Advogados cerca de R$1,04 milhões dessa mesma empresa; fora R$ 360 mil de Maria Cristina Boner, sua ex-esposa e empresária que, assim como Wassef, cedeu um imóvel para refúgio de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, que foi preso recente.

No caso do escritório o documento diz que as contas foram objeto de "comunicações de operações suspeitas motivadas principalmente por resistência ao fornecimento de informações acerca das movimentações havidas na conta da empresa consideradas incompatíveis com a atividade".

Além de que no documento, o COAF, descreve também que, entre julho de 2015 e junho de 2020, "os créditos no período totalizaram R$ 14 milhões" em duas contas correntes das quais Wassef é titular e que "apesar de não haver participação formal de Frederick Wassef no grupo econômico ocorre intenso relacionamento financeiro deste com pessoas e empresas ligadas ao grupo TBA, ao longo dos últimos anos". TBA era o nome do grupo criado por Maria Cristina Boner e depois transformado na holding GlobalWeb Sourcing, dirigida atualmente por sua filha Bruna.

Desde a prisão de Queiroz, a Globalweb informou por nota, que "os valores recebidos por serviços regularmente prestados a órgãos federais durante o governo Bolsonaro são 70% menores ao totalizado nas gestões Dilma e Temer" e que Wassef foi advogado da empresa há cinco anos. E quando procuradas pela empresa, Maria Cristina Boner e Bruna Boner disseram que não comentarão transações privadas. Wassef que também foi procurado não se pronunciou.

Para nós do Esquerda Diário a divulgação relatório enviado para o Ministério Público Federal (MPF) no Rio, Ministério Público do Rio (MP-RJ) e para a Polícia Federal em 15 de julho e só aberto à imprensa agora, expressa, assim como todo processo em relação ao Fabrício Queiroz que esteve escondido durante meses tendo relação direta com um dos filhos do Presidente e seu advogado, sem que nada fosse feito pela justiça porque ela é burguesa e se move à mercê dos interesses dessa casta, como as diversas instituições atuam para jogar para baixo do tapete toda sujeira da família Bolsonaro apesar do gritante aparecimento de mentira atrás de mentira.

O Judiciário é seletivo nos fatos a que escolhe dar visibilidade, escolhendo como e quando fazer sangrar a figura de Bolsonaro e seu clã hoje profundamente tutelado pelos Militares, buscando assim discipliná-lo através do joguetes de exposições seletivas sem ao mesmo tempo abrir qualquer crise política profunda envolvendo os principais atores do regime. Assim como o Congresso, que tem a frente hoje Rodrigo Maia (DEM), é parte desse jogo político e vem expressando essa mesma linha , afirmando que Bolsonaro não cometeu crime algum, logo que não tem que ser tirado da presidência, apesar das inúmeras evidências do envolvimento do governo federal com escândalos de corrupção, milícias, enfim.

Essa realidade escancara não só como há uma profunda podridão entre os jogadores, do qual o cão Bolsonaro é parte, como também há algo de muito podre em cada uma das regras desse conjunto de instituições do atual jogo político que envolve o Congresso, o Judiciário, os Militares e tantas instituições. Cabe a nós trabalhadores nos organizamos para transformar não só os jogadores mas todas as regras desse jogo já marcado pela burguesia, sem nenhuma confiança nessa Justiça e instituições cuja atuação hoje é voltada historicamente para que a profunda crise que vivemos seja descarregada em nossas costas.

Para isso, nós do Esquerda Diário defendemos como resposta a mobilização da nossa classe em torno de uma nova Assembleia Constituinte, verdadeiramente Livre e Soberana, nos apoiando na força dos trabalhadores, a começar pelos trabalhadores dos correios que estão em greve contra a retirada de direitos e os planos privatistas de Bolsonaro e Guedes, aos quais devemos prestar toda nossa solidariedade. Uma assembleia como essa, na qual os deputados sejam eleitos e revogáveis e que ganhem o mesmo que uma professora, poderia questionar o conjunto desse regime herdeiro do golpe institucional cujas institucionais estão comprometidas até seu o cerne com os atores golpistas e os interesses da classe burguesa.




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