Confira a declaração de Claudionor Brandão, trabalhador da prefeitura (USP) da capital, demitido político e diretor do SINTUSP e integrante da "Chapa 2 Nossa Classe: Retomar a unidade pela base contra Bolsonaro, os golpistas e os ataques", a respeito da importância da pluralidade dentro do sindicato.
sexta-feira 18 de outubro de 2019 | Edição do dia
Segue a declaração abaixo:
A propósito da eleição para nova diretoria do Sintusp - Sindicato dos Trabalhadores da USP: precisamos conversar sobre a pluralidade no nosso sindicato.
Mais do que conversar apenas, precisamos pensar, refletir profundamente sobre o que é a pluralidade e porque ela é necessária para o fortalecimento do sindicato.
A classe trabalhadora é plural, ou seja, ela abriga no seu interior diversas organizações políticas e distintas correntes de pensamento. Assim também é a nossa categoria.
Por isso, é justo e muito mais democrático que todos os trabalhadores e trabalhadoras que constroem o nosso sindicato como instrumento indispensável, de organização e luta da categoria se vejam representados na diretoria.
Nessas eleições que vão se dar nos dias 27 e 28 de novembro, somente a nossa chapa, a CHAPA 2, defende de verdade a pluralidade no sindicato.
Fomos nós, os companheiros e companheiras da CHAPA 2, que propusemos e lutamos pra fazer aprovar no 7º Congresso da categoria, uma sugestão para que fosse convocada uma convenção da categoria, para debater e aprovar primeiro um programa para uma chapa unificada e depois os nomes para compor a chapa.
Infelizmente, todos os companheiros de todas as correntes que hoje compõem a outra chapa e que agora falam em pluralidade, votaram contra a nossa proposta que, por isso, foi derrotada por apenas dois votos de diferença.
Na verdade, apesar de falarem em pluralidade, a outra chapa é apenas uma união das mesmas correntes (PSTU, Coletivo Sempre Na Luta, Transição Socialista e alguns independentes) que em 2016 se recusaram a combater o avanço da direita através do golpe institucional que derrubou o governo do PT pra impor um outro governo que atacasse nossos direitos de forma muito mais rápida e mais profunda que o próprio PT.
Em nome da pluralidade recusaram a proposta de convenção democrática para compor uma chapa unificada com base num programa discutido pelos trabalhadores, para depois comporem uma chapa apenas das correntes que se recusaram a combater o autoritarismo do judiciário que se expressou na prisão arbitrária de Lula para garantir a eleição de um governo da direita.
Como se pode ver, não foi a pluralidade de ideias que os uniu e sim uma análise comum da realidade que os levaram a adotar uma política nacional que desarmou a classe trabalhadora frente ao golpe institucional e o avanço da direita que abriu caminho para as reformas anti-operárias.
Nós da CHAPA 2, além de termos defendido a convenção como um método democrático para composição de chapas, também viemos há anos nos Congressos Estatutários defendendo a proporcionalidade na Diretoria única forma de que todas as correntes e posições se expressem numa diretoria, e não apenas uma chapa.
Claudionor Brandão
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