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GOVERNO FEDERAL | Bolsonaro quer subir 300% a verba de propaganda oficial em pleno avanço da crise econômica

A proposta de Bolsonaro é aumentar o orçamento de R$124,5 milhões, previsto para publicidade oficial de 2020, para R$495,5 milhões em 2021. Um aumento de 397,9%, em pleno avanço da crise econômica no país. Será essa uma saída para não perder a popularidade, já enfraquecida, conquistada com o auxílio emergencial?

sexta-feira 4 de setembro de 2020 | Edição do dia

O dinheiro vindo desse aumento proposto por Bolsonaro vai, em grande medida, para canais de TV abertos e os critérios da presidência da República são, aparentemente, expressar apoio ao presidente. Segundo o próprio Tribunal de Contas da União (TCU), não existem critérios técnicos. E se existissem, seriam esses critérios “técnicos” livres de manipulação?

Na prática o que Bolsonaro quer é entregar dinheiro público para grandes emissoras de TV, que são também grandes sonegadoras de impostos, para que essas estejam a serviço de defender o governo. A recriação do Ministério das Comunicações conta com ninguém menos que o genro de Silvio Santos, Fábio Faria (PSD).

Isso mostra como Bolsonaro não tem nada de anti-Estado ou "anti-sistema", ao contrário usa o Estado para implantar seu projeto e está a serviço desse sistema capitalista podre batalhando para descarregar a crise sobre as nossas costas trabalhadoras com as reformas e privatizações. As reformas da previdência e trabalhista avançam com o desemprego e aprofundam a precarização do trabalho, e agora a reforma administrativa vem para atacar os servidores públicos. Porém ao mesmo tempo Bolsonaro precisa manter sua popularidade, o que conseguiu com o auxílio emergencial que agora é reduzido pela metade (300 reais até dezembro). É para isso que Bolsonaro quer quase quadruplicar a verba pública para propaganda do governo em 2021?

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Vendo já uma queda de popularidade de 8% no Nordeste após anunciar a redução do auxílio emergencial o dilema do governo federal é, em meio a uma crise internacional, implantar um programa social populista, substituindo os programas da era Lula por programas de extrema direita, a questão é que na era Lula a economia internacional permitia isso, não sem a garantia de que a hieraquia nesse negócio era os lucros dos banqueiros e seus recordes. O “Renda Brasil” de Bolsonaro, se implantado, será capaz de segurar uma estabilidade e avançar com os ataques das reformas ultraliberais?

O que aconteceria se os trabalhadores mais precários se unissem aos servidores atacados agora com reformas nos estados, inclusive estados governados pelo PT e PCdoB? A única saída para a classe trabalhadora é a unidade, com independência de classe e sem ilusões com partidos conciliadores, unidade dos mais precários e desempregados com os que agora estão sendo atacados com a reforma administrativa, como os trabalhadores do Correios em greve e outros servidores públicos, muitos sob regime de contrato precário há anos.




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