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BOLSONARO DESTRÓI CIÊNCIA NO BRASIL | Bolsonaro quer fechar CNPq para acabar com pesquisa e transformar país em "fazendão do mundo"

Bolsonaro planeja unificar duas das maiores agências de fomento do país, CAPES e CNPq, para sugar os recursos da educação e avançar no projeto de futuro miserável dos trabalhadores e da juventude.

quarta-feira 21 de agosto de 2019 | Edição do dia

Bolsonaro avança a passos largos contra a educação, atacando violentamente a universidade pública e a pesquisa. Com os cortes da educação, universidade federais pelo país inteiro ameaçam fechar as portes antes do final do ano. Com os cortes das bolsas de pesquisa que já estão em curso, bem como perseguição das ciências humanas na pós-graduação, Bolsonaro avança para desmonte de importantes agências de fomento à pesquisa, podendo deixar milhares de pós graduandos sem auxílio.

Veja também: Entre a disposição de luta da juventude e a necessidade de um outro projeto de sociedade

Estima-se que em 11 dias o CNPq, uma das maiores agências de fomento à pesquisa do país, não terá mais dinheiro para pagar os bolsistas. Em áudio divulgado via WhatsApp por Frederico Fernandes, presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística e conselheiro do CNPq, a meta do governo Bolsonaro é unificar duas agências, a CAPES e o CNPq, para enxugar as verbas destinadas a pesquisa, e com isso avançar no projeto de retrocesso brutal para transformar o Brasil no celeiro do mundo.

Marcos Pontes, o astronauta ministro de Bolsonaro, já anunciou que não se sabe da onde e se virá a verba destinada ao pagamento das bolsas. Ao contrário do que brada a extrema direita reacionária, os estudantes bolsistas não são "vagabundos": grande parte só pode ir à congressos e cumprir disciplinas porque a bolsa possibilita maior mobilidade, sendo uma importante ferramenta de permanência estudantil, além de dedicarem muitas horas à produção científica, seja em laboratórios de pesquisa e trabalhando em pesquisas de referências bibliográficas.

Nesta segunda-feira (19), a Capes anunciou um brutal corte nas bolsas, para atacar preferencialmente os cursos de humanas ao gosto de Bolsonaro. Foi divulgada que a concessão de bolsas será feita a partir de “novos critérios”, seguindo a risca a perseguição de Bolsonaro às ciências humanas. O presidente da Capes, Anderson Correia, se mostrou extremamente inclinado em garantir os ataques planejados por Bolsonaro e seus aliados, como ficou escancarado em entrevista ao Estadão.

O ataque à pesquisa é um dos elementos fundamentais para aprofundar a subordinação do país ao imperialismo, impedindo o desenvolvimento de novas tecnologias, entregando ao capital privado a pesquisa e o ensino superior, como propõe o projeto de Weintraub, "Future-se". Associado à isso, o governo Bolsonaro trabalha lado a lado com latifundiários, com medidas que favoreçam o agronegócio e as gigantes do ramo agro, avançando brutalmente com o desmatamento na Amazônia, como ficou escancarado em 16 dias consecutivos de queimada que destruíram milhares de quilômetros de mata nesses últimos dias.

Saiba mais sobre o Future-se: Future-se: veja o caminho de Weintraub para destruir as universidades

É neste sentido que não é a toa que Bolsonaro privilegie cursos como Engenharia, Medicina, Odontologia, Computação, assim como já declarou anteriormente sua “predileção” pelos cursos de medicina veterinária e correlatos. É evidente que Bolsonaro, com sua política de corte de bolsas e de desmonte do fomento à pesquisa, buscará afinar todo o desenvolvimento científico e tecnológico do país à serviço dos interesses do empresariado brasileiro, em particular, do agronegócio.

Este projeto de ataque à universidade não se descola em um centímetro de seu objetivo de descarregar nas costas dos trabalhadores e da juventude a crise capitalista. Com a nova reforma trabalhista, que de "mini" não tem nada, e com a reforma da previdência, Bolsonaro esfola a juventude e os trabalhadores fadados ao desemprego, ao emprego precário e sem direitos, com uma perspectiva quase nula de se aposentar.

Mais do que nunca, é necessário que a vanguarda estudantil, que mostrou sua força nas ruas a despeito da política divisionista da UNE, dirigida pelo PCdoB e PT, e das centrais sindicais, como a CUT (PT) e a CTB (PCdoB), se unifique aos trabalhadores por uma só luta: o direito à um futuro que não este imposto por Bolsonaro, congresso, judiciário e pelos capitalistas.

É necessário se organizar em torno de um verdadeiro plano de lutas, questionando as direções sindicais e estudantis, e também abrindo uma discussão profunda sobre a perspectiva da juventude brasileira e sobre o modelo de educação pelo qual devemos batalhar. Somente nas ruas, ao lado dos trabalhadores poderemos responder à altura os projetos nefastos de Bolsonaro, e fazer com que os capitalistas arquem com a crise que eles mesmos criaram.

Ouça o áudio de Frederico Fernandes na íntegra:




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