Defensor de medicamentos sem comprovada eficácia, Bolsonaro segue mostrando seu negacionismo ao atacar a mais básica proteção contra o vírus.
sexta-feira 25 de junho de 2021 | Edição do dia
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta quinta-feira (24) o uso de máscaras para conter a disseminação da covid-19, em especial por crianças, e reforçou o estudo encomendado ao Ministério da Saúde para desobrigar o uso da proteção.
Nesta quinta-feira, 24, durante visita ao Rio Grande do Norte, onde foi recebido sob protestos, o presidente retirou a máscara do rosto de um garoto e pediu para outra menina ficar sem o adereço ao proclamar uma poesia em homenagem ao chefe do Executivo.
Segundo o presidente, "tem criança de dois ou três anos usando máscara". "É para usar? Se você tirar a máscara da cara da criança, ela está com a boca aberta. Eu entendo - pelo que sei dado a minha mãe e meus avós - que criança de boca aberta tem problema", disse Bolsonaro durante transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais. Durante o vídeo, o presidente não apresentou nenhuma evidência científica sobre o que falou e disse que, se estiver errado, na próxima semana se desculpará.
Esse é o conhecido discurso negacionista de Bolsonaro que em meio as mais de 500 mil vítimas da doença no país, segue atacando a mais elementar proteção contra o vírus que diversos estudos mostram sua eficácia, enquanto defende o "tratamento precoce", esse sim sem comprovação. É preciso defender as máscaras do negacionismo bolsonarista, mas também é preciso exigir medidas que vão além da responsabilidade individual, medidas que não foram adotadas tampouco pelos opositores do governo genocida, como: a realização de testes massivos, o isolamento racional das pessoas contaminadas, o afastamento remunerado de pessoas grupo de risco, a ampliação dos leitos de UTI e a contratação de trabalhadores da saúde.