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EDUCAÇÃO | Bolsonaro e Weintraub querem gastar bilhões para aplicar provas para crianças de 6 anos

Sem respaldo técnico, governo Bolsonaro pretende ampliar para todos as séries da educação básica o Saeb, a enganosa avaliação do ensino que o governo federal realiza, inclusive para crianças de 6 anos do 1º ano do ensino fundamental

quarta-feira 5 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Foi divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo nessa terça, 4, um documento produzido pelo Ministério da Educação (MEC) intitulado Tempo de Aprender, onde consta a intenção do governo Bolsonaro de aplicar o Sistema Federal de Avaliação Básica, o Saeb, em todas as séries do ensino básico, inclusive para crianças de 6 anos do 1º ano do ensino fundamental já em 2020.

A área técnica do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) é contra, mas a cúpula da pasta, liderada pelo ignorante e reacionário ministro Abraham Weintraub insiste nas mudanças. Foi a Secretaria de Alfabetização (Sealf), dominada por Carlos Nadalim, empresario da educação infantil e indicado pelo suposto filosófo Olavo de Carvalho, que solicitou a aplicação de provas a partir do 1º ano. Isso faz parte da nova Política Nacional de Alfabetização do governo Bolsonaro, na qual se pretende ressucitar os métodos ineficientes de alfabetização de décadas atrás.

A própria idéia da aplicação de provas aos alunos como forma de avaliação do ensino é questionada por muitos especialistas da educação, que apontam que esses resultados podem ser facilmente manipuláveis e que a pressão exercida pelos governos cria uma cultura de competição entre as escolas, numa lógica empresarial de busca por resultados que massacra o professor e compromete sua capacidade de exercer sua função adequadamente.

Indiferentes a argumentos científicos ou lógicos, Weintraub e seu séquito de obscurantistas pretendem iniciar essa mudança já esse ano e concluí-la até 2025, impondo o Saeb para todas as séries do ensino básico e em todas as disciplinas do currículo escolar,sem se importarcom os custos que isso possa ter, demosntrando mais uma vez como o argumento da falta de dinheiro do governo federal só surge quando serve para justificar algum ataque aos direitos duramente conquistados pelos trabalhadores e pelos setores oprimidos.

O último Saeb, de 2019, teve um custo de cerca de 500 milhões de reais, sendo aplicado para 6,8 milhões de alunos provas de português, matemática e ciências. Um Saeb como o desejado por Weintraub abrangeria quase 30 milhões de estudantes e teria três vezes mais disciplinas, levando o custo da aplicação das provas para a casa dos bilhões.

Com isso, Bolsonaro e seu governo reacionário, racista, misógino e homofóbico seguem com sua marcha inexorável rumo a destruição da educação pública no Brasil e vão deixando cada vez mais claro como a única forma eficiente de lutar contra o retrocesso é o conflito na luta de classes, como fazem os trabalhadores na França, em greve desde novembro contra a reforma da previdência proposta por Macrôn, ou como fazem agora os heroicos petroleiros que, apesar da contenção e boicote das direções petistas da CUT, estão em greve nacional contra o fechamento da Fafen no Paraná e a demissão de mais de mil pais e mães de família.




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